terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O anticomunismo nas Escolas militares

Por Uraniano Mota, no Correio do Brasil.

Imagino os jovens dos Colégios Militares, rapazes e mocinhas ardorosos obrigados a decorar algo como uma História vazia e violentadora, a que chamam História do Brasil – Império e República, de uma Coleção Marechal Trompowsky, da Biblioteca do Exército.

O nome, a origem, o marechal, por si, já não garantiriam um bom resultado. Estariam mais para pólvora que para a História. Mas não sejamos preconceituosos, ilustremos com o que os estudantes são obrigados a aprender, como aqui, por exemplo:

“Nos governos militares, em particular na gestão do presidente Médici, houve a censura dos meios de comunicação e o combate e eliminação das guerrilhas, urbana e rural, porque a preservação da ordem pública era condição necessária ao progresso do país.”

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Como o governo do PT banca a pior mídia do planeta

Por Leandro Fortes, no Diário do Centro do Mundo.

O recente levantamento publicado pela “Folha de S.Paulo” sobre despesas de publicidade do governo federal, nos últimos 14 anos, 12 dos quais sob o comando do PT, é, ao mesmo tempo, um espanto estatístico e um desalento político.

Foram 15,7 bilhões de reais despejados, prioritariamente, em veículos de comunicação moralmente falidos e explicitamente a serviço das forças do atraso e da reação. Quando não, do golpe.

O mais incrível é que 10 entre 10 colunistas cães de guarda da mídia não perdem a chance de abrir a bocarra para, na maior cara de pau, acusar blogueiros de receber dinheiro do governo para falar bem do PT.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Centenário de nascimento de Diógenes Arruda Câmara

Diógenes Arruda foi um dos principais dirigentes do PCdoB
Por Renato Rabelo, no site do PCdoB.

Na passagem do centenário de nascimento do grande brasileiro Diógenes Arruda Câmara, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) homenageia este destacado dirigente e construtor da legenda comunista.

No final da ditadura do Estado Novo, em 1943, Arruda esteve à frente dos organizadores da Conferência da Mantiqueira – conferência que colocou de pé a direção nacional do Partido, que fora desmantelada por feroz perseguição policial. Esse feito permitiu ao Partido Comunista do Brasil, então PCB, desempenhar um grande papel na luta contra o nazifascismo e pela reconquista da democracia em nosso país. Desde esta Conferência até 1957, ele assumiu, então, a importante Secretaria de Organização. Por isto, é impossível desassociar o seu nome das grandes vitórias do povo e do Partido ocorridas naquele período fértil da nossa história. O trabalho dele também foi decisivo ao sucesso do 4º Congresso (1954), que deu ao Partido o seu primeiro programa.

Décadas depois, entre 1978 e 1979, enfrentando outro regime de arbítrio – a ditadura militar –, Arruda atuou na organização da 7ª Conferência Nacional do PC do Brasil, realizada no exterior. Conferência que teve um papel fundamental na remontagem da direção do Partido, fortemente atingida pela Chacina da Lapa, ocorrida em 1976. João Amazonas sublinhava que Arruda era um dos melhores organizadores que o Partido teve.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Guerra Fria e a vitória cubana

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Cuba sempre considerou que um governo democrata em segundo mandato – quando já não depende tanto da colônia cubana na Florida – era a maior possibilidade de que essa normalização se desse. Jimmy Carter não teve um segundo mandato. No final do segundo mandato de Bill Clinton, houve intensificação das ações terroristas contra Cuba – até com um avião jogando panfletos sobre Havana –, o que levou a que Cuba derrubasse um desses aviões, com a morte de dois tripulantes e, nos Estados Unidos, aprovação de leis ainda mais duras do bloqueio econômico.

Agora, intermediado por outros fatores – a prisão de um empresário norte-americano que levava materiais de comunicação a setores da oposição clandestina em Cuba e a campanha pela libertação de três dos cinco cubanos que ainda permaneciam nas prisões norte-americanas – confirmou-se a previsão: é um presidente democrata que protagoniza o restabelecimento das relações, no seu segundo mandato.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O interesse geopolítico contra Petrobras

Por Darío Pignotti, no site Carta Maior:

“Há vários interesses geopolíticos interferindo na crise da Petrobras”, afirma Luiz Gonzaga Belluzzo, ao lembrar que as petroleiras norte-americanas ficaram de fora da exploração de uma enorme reserva da área do pré-sal onde estão presentes companhias chinesas, associadas à estatal brasileira.

O professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e eventual assessor da presidenta Dilma Rousseff analisa o escândalo em torno da operação Lava Jato a partir de um ângulo geopolítico e econômico, evitando o alarmismo da velha imprensa, que parece interessada em “modificar o regime da partilha e voltar ao de concessão”, segundo afirmou em entrevista à Carta Maior. 

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O sistema financeiro atual trava o desenvolvimento econômico brasileiro

Manifestante do movimento #OcuppyWallStreet
Por Ladislau Dowbor, no Le Monde Diplomatique Brasil

Um debate fundamental pede passagem: a esterilização dos recursos do país por meio do sistema de intermediação financeira, que drena em volumes impressionantes recursos que deveriam servir ao fomento produtivo e ao desenvolvimento econômico. Os números são bastante claros e conhecidos, e basta juntá-los para entender.

O crediário

Comecemos pelas taxas de juros ao tomador final, pessoa física, praticadas no comércio – os chamados crediários. A Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) traz na Tabela 1 os dados de junho de 2014.
Antes de tudo, uma nota metodológica: os juros são quase sempre apresentados, no Brasil, como “taxa mês”, o que é tecnicamente certo, mas comercial e eticamente errado. É uma forma de confundir os tomadores de crédito, pois ninguém consegue calcular de cabeça juros compostos. O que é usado em todo o mundo é o juro anual. O Banco Itaú, por exemplo, apresenta em seu site as taxas de juros apenas no formato mensal, pois ao ano aparecem como são: extorsivas.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Mais liberdade de expressão, mais democracia

Por Lalo Leal, na Rede Brasil Atual

Brasil enfrenta e supera crises globais, tira milhões de pessoas da pobreza, preserva empregos e é respeitado no mundo. Mas não se livrou de uma grave deficiência: a falta de regras nas comunicações.

O país que se orgulha de estar entre as dez maiores economias do mundo, é uma das raras democracias em que os meios de comunicação agem sem limites, atuando apenas segundo os interesses de quem os controla. As vozes dissonantes ainda são sufocadas. Dessa forma, a democracia deixa de funcionar plenamente por não contar com um de seus principais instrumentos: a ampla circulação de ideias. Para enfrentar o problema é necessária uma regulação da mídia, capaz de ampliar o número de pessoas que têm o privilégio de falar com a sociedade.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Erundina: "Impeachment de Dilma é atraso e PSB está desconfigurado"

Luiza Erundina é deputada federal pelo PSB de São Paulo

Dona de opiniões fortes, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) deixou claro, em entrevista à edição desta segunda-feira do diário Valor Econômico, ser contrária ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), ao retorno dos militares e revela, ainda, que este será seu último mandato. Segundo Erundina, nos próximos anos, seu trabalho em Brasília terá como prioridade temas como a reforma política e a democratização das comunicações.

Sobre o PSB, partida ao qual é coligada, ex-prefeita de São Paulo não poupou críticas. Disse que o PSB está “desfigurado e sem personalidade”. Ainda segundo Luiza Erundina, o partido que apoiou o candidato Aécio Neves no segundo turno das eleições precisa voltar a ser socialista. Completou dizendo que “um partido não deve existir para disputar o poder a cada quatro anos, mas para propor soluções aos problemas estruturais do país”.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Por um masculinismo contra o machismo

Por Cynara Menezes, no Socialista Morena

Tenho dois filhos homens com uma diferença de 17 anos entre eles. E sempre me esforcei por ser uma mãe que não reforça estereótipos sobre masculinidade nem reprime a sexualidade ou a personalidade de nenhum dos dois –pelo menos, claro, não de forma consciente. Um dia, quando o maior tinha uns 8 anos de idade, resolvi lhe contar que quando eu era pequena os mais velhos viviam dizendo que homens não choram. Ele me olhou como se eu tivesse falado a coisa mais bizarra do mundo e disse:

– Sério? Nossa, que estranho.

Recentemente, resolvi repetir a “experiência” com o mais novo, de 6 anos. “Você sabia que quando eu era pequena diziam que homens não choram?”, perguntei. E ele respondeu:

– Mas eu não sou homem, sou uma criança!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Roberto Amaral: "Não ao golpismo"

Roberto Amaral é ex-presidente nacional do PSB
Por Roberto Amaral, na Carta Capital

O ex-presidente e ex-sociólogo FHC (“esqueçam o que escrevi”) pode orgulhar-se do laurel de ‘príncipe dos intelectuais orgânicos da direita’, correndo algumas cabeças à frente do inefável Gilmar Mendes, por sinal uma de suas piores crias. O magistério do ex-presidente, é ministrado, hoje, em entrevistas e "tijolaços" semanais publicados em dois jornalões brasileiros. No último domingo, FHC agride a inteligência de seus ex-colegas de USP ao ecoar uma bobagem criada por Aécio, o presidenciável derrotado. Afirma que, com o anúncio de sua equipe econômica, a presidente Dilma estaria desdizendo o que pregara na campanha, ignorando que, no presidencialismo, a política econômica é ditada pelo presidente. Ele se mede pelos fatos e não pelos seus operadores.

Outra bobagem, essa muito sua, é – por isso e por aquilo-- pôr em dúvida a legitimidade do mandato outorgado à presidente reeleita pela soberania popular. Em contorcionismo digno de sociologia de botequim, o ex-presidente tenta deslegitimar o pronunciamento eleitoral, ao escrever que a presidente teria sido eleita ‘apenas’ pela metade (que ele diz ‘atrasada’) do eleitorado brasileiro; daí resulta uma conclusão igualmente falsa, e reacionaríssima: a metade que votou no candidato da direita seria uma metade mais ‘qualificada, e mais ‘qualificada’ porque - e daí vem a saraivada de besteiras sediças – seria constituída de brasileiros moradores dos centros mais dinâmicos do país (outra mentira), portanto ‘mais capacitados’ e mais ‘independentes’.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Alba, inclusão e bem-estar humano são sua marca

Da Prensa Latina

Há 10 anos de sua fundação, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) mostra resultados concretos em matéria de inclusão e bem-estar humano, destacou nesta quinta-feira (11) o embaixador alternado de Cuba nas Nações Unidas, Oscar León.

Em entrevista à Prensa Latina, o diplomata disse que essas têm sido as prioridades do bloco integracionista de nove países desde seu nascimento, no dia 14 de dezembro de 2004, por iniciativa dos líderes das Revoluções Cubana e Venezuelana, Fidel Castro e Hugo Chávez, respectivamente.

Trata-se de uma maneira de tornar realidade o acesso à educação, saúde e aos direitos humanos por todas as pessoas, incluindo os setores mais vulneráveis, algo que com tanta força se proclama na ONU, ainda que às vezes com muita hipocrisia, advertiu.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Lula chama para o debate político

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Vencida a votação da reforma orçamentária e aprovadas suas contas de campanha, espera-se que Dilma Rousseff, finalmente, assuma uma postura mais ofensiva na política.

O que consiste, agora, em começar a designar as peças com quem fará este jogo.

Os ministros da política.

Os da conciliação e os do enfrentamento.

Os que façam debate político que Lula pediu ontem, no Congresso do PT.

E tirem o governo da defensiva, sobretudo na questão das denúncias de corrupção, como fez ontem o ex-Presidente:

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

“A principal dívida do PT é não ter feito a regulação da mídia”, diz o governador eleito do Maranhão, Flávio Dino

Flávio Dino e Dilma Rousseff na Conferência do PCdoB
Da Rede Brasil Atual

Vencedor no Maranhão, político do PCdoB fala em unir forças progressistas no combate à desigualdade e à mídia oligárquica. Para ele, governos Lula e Dilma, ao não mexer com as comunicações, abriram a guarda para o golpismo

Toma posse no governo do Maranhão em 1º de janeiro o comunista Flávio Dino. O candidato do PCdoB derrotou no primeiro turno, com 63,53% dos votos, Lobão Filho, do PMDB e uma coligação de outros 17 partidos, do DEM ao PT, com apoio do Palácio do Planalto. Como Dilma não foi ao estado, corria nas ruas e bastidores que a presidenta (que teve ali 78,76% dos votos) torcia calada por Dino. A militância petista, por sua vez, fez campanha aberta pelo nome que derrotaria o império econômico e midiático das famílias Sarney e Lobão, que detêm jornais e emissoras de rádio e TV, inclusive retransmissoras da Globo e do SBT no estado.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

América Latina e a vitória de Dilma

Chefes de Estado sul-americanos na inauguração da sede
da Unasul, em Quito, Equador
Por Monica Valente, na revista Teoria e Debate:

Terminamos o ano de 2014 com resultados eleitorais bastante auspiciosos na região latino-americana e caribenha. A despeito de terem sido processos de intensa disputa, as eleições deste ano em El Salvador, Bolívia, Brasil e Uruguai inscrevem na história de nossa região a vontade inequívoca de nossos povos de continuidade das políticas antineoliberais, de inclusão social, combate à pobreza, de integração soberana entre nossas nações e de construção de um mundo multipolar, de paz e solidariedade.

A vitória da presidenta Dilma Rousseff, em razão da dimensão do Brasil, de sua economia e sua população, tem um significado geopolítico bastante relevante. Nossos adversários internos propuseram nesse processo eleitoral uma outra visão de política externa, diferente daquela que foi vitoriosa. Defenderam a subordinação da economia brasileira aos interesses das empresas multinacionais, através da inserção nas cadeias produtivas internacionais, implicando de imediato em maior abertura comercial, políticas de austeridade, proteção aos investidores, flexibilização de direitos e redução do papel do Estado na vida dos povos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Por que a direita odeia o Foro de São Paulo?

Por Breno Altman, no Opera Mundi

A realização do XIX Encontro do Foro de São Paulo, nesta última semana de julho, está provocando urticárias entre as fileiras de direita. Apesar do relativo silêncio da velha mídia, grupos de distintos naipes agitam a blogosfera contra o evento. Não faltam sequer ameaças de violência e terror.

Desde filósofos de bordel, como Olavo de Carvalho e seus cupinchas, a refinados intelectuais do tucanato, passando por vira-casacas da estirpe de Roberto Freire e Alberto Goldman, há um coro conservador contra a entidade fundada em 1990.

De tradicionais filiados a cristãos-novos do reacionarismo, forma-se frente contra uma esquerda que teve o desplante de se reconstruir e forjar alternativas de poder por toda a América Latina. Um cenário aparentemente inacreditável na origem do Foro.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Projeto do fim dos autos de resistência pode ser votado ainda em dezembro

Por Igor Carvalho, no Opera Mundi

Autor do Projeto de Lei 4471/12, que acaba com a possibilidade de que assassinatos cometidos por policiais sejam justificados por meio de autos de resistência, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) está correndo contra o tempo e negociando com opositores para que a matéria seja votada ainda em dezembro.

“Consideramos o momento adequado para retomar o debate sobre o PL, em caráter de urgência, e fazer os ajustes necessários para votá-lo ainda neste ano. Até porque teremos um Congresso mais conservador no ano que vem, o que pode criar novos entraves para a tramitação do PL, já aprovado em todas as comissões da Câmara”, afirmou Teixeira.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Eu sou Estádio, e não Arena

Antiga Fonte Nova lotada em jogo do Bahia
Por Caio Botelho

A frase acima foi retirada de um dos cantos entoados pela Torcida Organizada Bamor, do Esporte Clube Bahia. Sintetiza, de certo modo, o sentimento de que o modelo de Arenas adotado principalmente para atender as exigências da Copa do Mundo não logrou êxito quando o assunto foi a popularização do acesso a esses equipamentos.

O que é no mínimo contraditório, considerando que o futebol é justamente o esporte mais popular em nosso país. Entretanto, até a 37ª e penúltima rodada do Campeonato Brasileiro de 2014, a média de público é apenas de 16.451 torcedores por jogo, com uma ocupação de 40% da capacidade dos estádios por partida¹.

Mesmo o Cruzeiro, campeão do ano e que detém a maior bilheteria por jogo (28.780 torcedores), não ocupa mais do que 47% do Mineirão, cuja lotação é de 61.846 lugares. Já o Flamengo, por sua vez, preenche um pouco mais de um terço (35%) da capacidade de 78.838 lugares do Maracanã.

Piketty: “Temos de taxar mais a renda e menos o consumo e os salários”

Thomas Piketty
Por Bruno Pavan, no Brasil de Fato

Um dos maiores trunfos do capitalismo é seu dinamismo e sua capacidade de se reinventar a cada crise que sofre. No século 19, Karl Marx havia desvendado esse mistério em O Capital, obra máxima que explicou o funcionamento do sistema que recém havia tomado corpo.

Desde então, já foram muitas as reinvenções do capitalismo. Os acordos de Breton Woods, assinados em 1944, foi uma das maiores delas, visto a urgência de ditar uma nova ordem econômica após a grande depressão de 1929 e a Segunda Guerra Mundial. Para não entregar os dedos, alguns anéis tiveram de ser cedidos pelos capitalistas.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Governo Dilma: uma democracia em disputa

Por Saul Leblon, na Carta Maior

Dizer que o segundo mandato da Presidenta Dilma será um governo em disputa é correto mas ainda insuficiente para caracterizá-lo.

E, sobretudo, para antever o que vem pela frente.

O requisito da exatidão não é um preciosismo conceitual. Há consequências políticas em jogo.

Um governo em disputa, dentro de uma ampla coalizão de interesses, assim foram todos os mandatos conquistados pelo campo progressista desde 2002.

A singularidade atual não deriva apenas do grau da disputa, sem dúvida o mais extremado desde o dramático torniquete armado contra o primeiro governo Lula, em 2003.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Desafios do desenvolvimento: A centralidade da política

Por Clemente Ganz Lúcio*, na Caros Amigos

Há um movimento nos últimos anos, que não é pequeno, porém ainda é insuficiente para recolocar o debate da economia política do desenvolvimento com vistas a instruir as escolhas de política econômica do Brasil. Isso significa enfrentar o movimento de uma economia de mercado que atua para constituir uma sociedade de mercado. O ideário neoliberal da supremacia do mercado e de prevalência do privado sobre o público cria um sentido no qual “passamos de um universo em que aquilo que realmente tem valor não tem preço para um outro universo, que vemos instalar-se diante dos nossos olhos, no qual aquilo que não tem preço não tem realmente valor”, como diz o filósofo Patrick Viveret, na obra Reconsiderar a Riqueza.

domingo, 30 de novembro de 2014

Jandira Feghali: "País, sociedade aberta"

Jandira Feghali (RJ) é deputada federal
pelo PCdoB
Por Jandira Feghali*, no Portal Vermelho

Será que há no DNA dos Estados nacionais o cromossoma da corrupção? Desde que se constituiu a superestrutura doEstado temos denúncias de desvios, superfaturamentos, propinas. Esquemas parecem tomar conta do cenário há séculos, numa mistura perniciosa de interesses. A falta de ética, a conduta duvidosa de agentes públicos e privados, a busca pelo dinheiro fácil, envergonham a todos que ainda acreditam no oposto: na ética, no fruto do trabalho, no interesse coletivo.

Em nome destes, que quero acreditar são ampla maioria, há que se investigar a fundo, punir, evitando antecipações e pré-julgamentos e, principalmente, impedindo que a democracia seja violada com ações intempestivas que tentam impingir a governantes atos e supostas autorizações para os ilícitos, com o claro objetivo de interromper o mandato de uma presidente legitimamente eleita, sem qualquer prova da sua participação.

Para além de apurar é necessário que façamos reformas estruturantes como aríetes desta luta em defesa dos recursos públicos e contra políticas que se destinam somente a determinados grupos econômicos. Fundamental neste caminho é a aprovação de uma reforma política que acabe com o financiamento de empresas nas campanhas eleitorais. Não porque isso determine, de forma generalizada, comportamentos questionáveis, mas porque limitaria distorções, dificultaria a fraude e a violação dos direitos dos cidadãos, verdadeiros destinatários dos recursos orçamentários.

sábado, 29 de novembro de 2014

Palestinos recebem a solidariedade dos povos do mundo

Editorial do Portal Vermelho

No Ano Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino e nas vésperas do 29 de novembro, Dia Internacional comemorado pelo mesmo motivo, a Organização das Nações Unidas (ONU) debateu a causa palestina e a ocupação em importante sessão na última segunda-feira (24) e na terça-feira (25). Os palestinos pretendem pedir ao Conselho de Segurança uma resolução estabelecendo um prazo para o fim da ocupação, mas preocupam-se com a oposição certeira e o veto dos EUA.

Ainda assim, uma série de posicionamentos têm acelerado o processo de afirmação da solidariedade internacional ao povo palestino. O regime israelense isola-se exponencialmente e cada vez mais líderes têm sido forçados a tomar posições contra os repetidos massacres perpetrados por Israel e contra a ocupação opressiva e despojadora, dos territórios e das vidas dos palestinos.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Manifesto em defesa do programa vitorioso nas urnas

Dilma Rousseff foi reeleita pela maioria dos brasileiro:
desafio agora é colocar em prática seu programa

A campanha presidencial confrontou dois projetos para o país no segundo turno. À direita, alinhou-se o conjunto de forças favorável à inserção subordinada do país na rede global das grandes corporações, à expansão dos latifúndios sobre a pequena propriedade, florestas e áreas indígenas e à resolução de nosso problema fiscal não com crescimento econômico e impostos sobre os ricos, mas com o mergulho na recessão para facilitar o corte de salários, gastos sociais e direitos adquiridos.

A proposta vitoriosa unificou partidos e movimentos sociais favoráveis à participação popular nas decisões políticas, à soberania nacional e ao desenvolvimento econômico com redistribuição de renda e inclusão social.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Piketty: Europa está à beira de uma grave crise política, econômica e financeira

Thomas Piketty
Por Daniel Fuentes Castro, no ElDiario.es

O economista autor do influente livro "O capital no século XXI" reflete sobre o auge da extrema direita em seu país. "França e Alemanha demonstraram ser egoisticamente míopes em relação à Espanha e à Itália ao renunciar a compartilhar seus tipos de interesse". "É preciso se acostumar a viver com um crescimento fraco". "A ideia segundo a qual é preciso insistir em secar os orçamentos com base em mais austeridade para curar o doente me parece completamente insensata".

Thomas Piketty (Clichy, Francç, 1971), economista da Paris School of Economics, é especialista no estudo das desigualdades econômicas por uma perspectiva comparada. É autor de "O capital no século XXI", obra que vendeu mais de um milhão de exemplares em todo o mundo e que ao ter sido recentemente editado para espanhol e catalão lhe transformou em um dos economistas mais influentes da atualidade.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Os sentidos da Operação Lava Jato: devolve, Gilmar!

O ministro do STF, Gilmar Mendes, é questionado por atrasar o julgamento
da proibição das doações de empresas às campanhas eleitorais
Por Jean Wyllys, na Carta Capital

A Operação Lava Jato poderia ser uma oportunidade excepcional, dessas que quase nunca ocorrem, para discutir seriamente o problema da corrupção no Brasil e a forma com que ela prejudica a democracia. Pela primeira vez, as principais empreiteiras estão sendo investigadas e 21 executivos foram presos pela Polícia Federal, entre eles os presidentes de algumas delas. Não estamos falando de quaisquer empresas, mas daquelas que realizam as mais importantes obras públicas, financiadas pelos governos federal, estaduais e municipais de diferentes partidos e que, ao mesmo tempo, são as principais financiadoras das campanhas eleitorais que elegeram esses governantes.

Os grandes esquemas de corrupção — que sempre são apresentados pela cobertura jornalística, de forma falaz, como se fossem apenas uma espécie de degeneração moral de determinadas pessoas — geralmente associada ao partido que está no governo, revelam-se no caso da Lava Jato como o que realmente são: um componente fundamental de um sistema econômico e político controlado não por funcionários corruptos, mas pelas empresas corruptoras.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Stédile: "O povo quer mudanças, basta o governo ser mais humilde"

João Pedro Stédile
Por Marco Damiani, no Brasil 247

O quadro referencial do MST João Pedro Stédile acaba de chegar do Vaticano. Pela primeira vez na história da Igreja, oficialmente um papa avaliza uma grande reunião de movimentos populares. No caso, o encontro de uma centena de entidades, pensada e organizada pelos brasileiros do MST com seus colegas de luta pelo mundo. "O papa Francisco demonstra ter consciência das mudanças que precisam ser feitas", afirmou Stédile ao 247.

Mas, de volta ao Brasil, o que esperava o líder dos sem terra era um país em que setores de elite já discutiam as chances de uma quebra da ordem. Mais radicalmente, em cartazetes levados à avenida Paulista, em duas passeatas com menos de 5 mil pessoas no total, alguns pediram a tal "volta dos militares". De modo mais sofisticado, articulações em Brasília, a partir do escândalo de corrupção na Petrobras, vislumbram a chance de envolver a presidente Dilma Rousseff entre o cientes e tomar-lhe, pelo impechment, o poder. Adeptos do caminho mais curto para este fim apostam num golpe de caneta do ministro Gilmar Mendes, do STF, que poderá censurar as contas da campanha do PT e atalhar uma crise institucional.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Regulação da mídia agita o Uruguai

Pepe Mujica e Tabaré Vásquez
Por Altamiro Borges

O segundo turno das eleições presidenciais no Uruguai, em 30 de novembro, agita a população do país vizinho. Todas as pesquisas apontam para a vitória de Tabaré Vázquez, candidato da aliança governista Frente Ampla, do atual presidente Pepe Mujica. Concorrendo pelas forças de direita, o jovem oligarca Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional. No embate programático entre os dois candidatos vários temas polêmicos, com destaque para a discussão sobre a regulação da mídia. Logo após a folgada vantagem no primeiro turno, Tabaré Vázquez prometeu acelerar a sanção do projeto de lei que tramita no parlamento sobre o tema. Já o direitista, apoiado pelos barões da mídia, garante que arquivará o projeto.

Segundo relato da jornalista Daniella Cambaúva, da Rede Latino América, “em sua primeira fala pública da segunda fase da campanha, Vázquez anunciou que, se vitorioso, a lei de mídia será ‘improrrogável’ e se comprometeu a regulamentá-la. Presidente do Uruguai entre 2005 e 2010, ele é conhecido por representar a ala mais conservadora na Frente Ampla. Esta foi a primeira vez em que ele se comprometeu a implementar e fazer cumprir a lei de mídia, despertando críticas da oposição. Lacalle Pou, 41 anos, é crítico à lei. Ele alega que nela existem ‘inconstitucionalidades’, e que para ter uma legislação ‘típica de regime autoritário’ é melhor não ter nenhuma”.

domingo, 23 de novembro de 2014

Venezuela aprova leis anticorrupção

Presidente venezuelano defende combate implacável à corrupção
Da Agência Brasil

O presidente venezuelano Nicolás Maduro, assinou na quarta-feira (19) um conjunto de leis para combater a corrupção e a insegurança. "Assinei a revisão da lei que cria um corpo nacional anticorrupção e também novos elementos para que os delitos não prescrevam", disse Nicolás Maduro durante discurso no Palácio Presidencial de Miraflores, em Caracas.

Segundo o presidente, a grande motivação foi a importância da luta contra a corrupção, "uma luta de mil demônios". Maduro explicou que o Corpo Nacional contra a Corrupção será uma “instituição vital para atingir a coesão dos elementos ético, educativo, cultural, institucional, legal, investigativo e policial".

sábado, 22 de novembro de 2014

Dilma prepara guinada à direita na economia

Dilma Rousseff deve adota "remédios amargos" na política econômica,
contrastando com o sentimento que a elegeu em outubro.
Por André Barrocal, na Carta Capital

Não importa o escolhido para o cargo de ministro da Fazenda. Dilma Rousseff dará uma guinada à direita na economia no início do novo mandato e já prepara o terreno. O ritmo “devagar quase parando” do PIB e a situação apertada das contas públicas deixaram o Palácio do Planalto sentindo-se sem opções. Para incentivar o crescimento, ficou indispensável acertar-se com os empresários e fazê-los tirar a mão do bolso.

O governo estuda uma expressiva contenção de gastos em 2015 ao mesmo tempo em que negocia com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a elaboração de medidas de estímulo às empresas. A intenção é deixar claro que está disposto a segurar verba pública e a abrir caminho para o investimento privado reinar como motor do crescimento do PIB pelo menos até meados de 2016.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

No mundo, cresce o abismo entre ricos e pobres

85 mais ricos possuem renda equivalente à metade da população
do mundo: 3,5 bilhões de pessoas
Por Cláudio Bernabucci, direto de Roma para a Carta Capital*

Em um mundo angustiado pela crise econômica, aprendemos que de março de 2009 a março de 2014, exatamente o período considerado mais crítico, depois da bancarrota do Lehman Brothers, o número de bilionários do planeta dobrou: eram 793 no começo do furacão e agora somam 1.645. Os 85 mais ricos entre eles, no mesmo período, incrementaram seus capitais em 668 milhões de dólares a cada dia e sua renda equivale àquela de metade da população mundial, 3,5 bilhões de outros seres humanos. Os dados constam, entre outras “pérolas”, do recente estudo sobre a desigualdade no mundo, publicado pela Oxfam, rede internacional de 19 ONGs que combatem a pobreza. Na sequência da divulgação do relatório, originalmente chamado Even It Up: Time to end extreme inequality, foi lançada a campanha mundial de sensibilização “Equilibre o jogo”.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Boaventura de Sousa Santos: "Brasil: a grande divisão"

Boaventura de Sousa Santos
Por Boaventura de Sousa Santos*, no site da Adital:

As eleições do Brasil suscitaram as atenções da comunicação social mundial. Em grande medida, os veículos fizeram uma cobertura hostil da candidata Dilma Rousseff, no que foi zelosamente acompanhada pela "grande mídia” brasileira. O paroxismo do ódio anti-petista levou uma revista de grande circulação, a Veja, a enveredar por uma via provavelmente criminosa. O New York Times em nenhuma ocasião se referiu à candidata do PT sem o epíteto de ex-guerrilheira. Com a mesma inconsistência de sempre, não ocorreria a este periódico, ou a tantos outros que seguem a sua linha, referir-se à ex-comunista Ângela Merkel ou o ex-maoísta Durão Barroso, ou mesmo ao comunista Xi Jinping, Presidente da China.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Mobilização popular e unidade para impulsionar as mudanças

Movimentos sociais ocupam as ruas em defesa de reformas
Editorial do Portal Vermelho

“Estamos na rua por mais direitos e contra a direita”, declarou um líder de uma organização popular na manifestação realizada em São Paulo nesta quinta-feira (13), pela reforma política democrática e a convocação de uma assembleia constituinte convocada exclusivamente para este fim.

Semelhantes atos ocorreram em outras cidades brasileiras nesta que foi a primeira jornada organizada por partidos de esquerda e movimentos populares no novo quadro político aberto com a quarta vitória eleitoral das forças democráticas e progressistas.

A movimentação do povo nas ruas, a luta pela reforma política, por direitos democráticos e contra a ofensiva antidemocrática da direita é um dos fatores que podem decidir sobre a preservação das conquistas populares, numa situação em que o condomínio das forças conservadoras e neoliberais – partidos políticos, mídia, membros de corporações do Judiciário e das Forças Armadas – desencadeiam, após a derrota que sofreram nas urnas em 26 de outubro, uma brutal ofensiva antidemocrática para desestabilizar a presidenta Dilma e impedir que efetivamente governe. Querem a todo o custo tumultuar os dias finais do primeiro mandato e inviabilizar o segundo.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A rica campanha de Eduardo Cunha

Eduardo Cunha (RJ) é o líder do PMDB na Câmara dos Deputados
Por André Barrocal, na Carta Capital

Corre nos corredores da Câmara dos Deputados a lenda de que o líder do PMDB, Eduardo Cunha, do Rio, prestou ajuda financeira a algumas dezenas de colegas na recente eleição. A montagem de uma bancada própria seria um dos motores da ambição dele de assumir a Presidência da Casa no início da próxima legislatura, em fevereiro. A lenda pode ser só fofoca de rivais do peemedebista. Mas uma coisa é certa. Cunha tem uma incrível capacidade de arrecadar fundos em eleições.

O deputado conquistou o quarto mandato seguido com uma das mais caras campanhas do País. Declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter gasto 6,4 milhões de reais, cerca de 50% a mais do que na disputa de 2010. As despesas foram custeadas quase na íntegra com o dinheiro de empresas. Cunha declarou ao TSE ter arrecadado 6,8 milhões de reais.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O falastrão Gilmar Mendes

Gilmar Mendes foi nomeado ministro do STF em 2002, por indicação
do ex-presidente FHC.
Por Miranda Muniz, no site Brasil 247
Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, em entrevista ao jornal "Folha de São Paulo" – principal expoente do chamado PIG (Partido da Imprensa Golpista) -, afirmou estar preocupado com a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) se converter "numa corte bolivariana", pelo fato de que "governos do PT" irão nomear até 2018 dez dos onze ministros de sua composição.

Será que a Presidenta petista Dilma cometerá algum crime de responsabilidade em efetivar as nomeações previstas até o final de seu mandato legitimamente conquistado com o voto popular?

domingo, 16 de novembro de 2014

As bobagens ideológicas em torno do superávit primário

Por José Carlos de Assis*, no Jornal GGN


O que os economistas de mercado chamam, pejorativamente, de "criatividade fiscal", com o propósito explícito de expor ao mundo a "falta de transparência e de credibilidade" do Governo, não tem o menor efeito ou a menor importância macroeconômica. Ao contrário, é apenas a expressão ideológica da corrente central do neoliberalismo para a qual a economia é um conjunto de relações individuais dominadas, não por interesses reais, mas por "expectativas racionais" num mercado de acesso igualitário a informações.
Vejamos por partes. A crítica da "criatividade" diz respeito à intenção do Governo de esconder a queda do chamado superávit primário – o que a imprensa chama de "economia" para pagar o serviço da dívida pública. Para que serve esse superávit primário do ponto de vista ideológico? Serve, dizem eles, para conquistar a confiança do mercado no pagamento da dívida pública e controlar a inflação. Não havendo superávit, teríamos que concluir, não há garantia de pagamento dos títulos da dívida do Governo.

sábado, 15 de novembro de 2014

Sombras do atraso

Jandira Feghali (RJ) é deputada federal pelo PCdoB
Por Jandira Feghali*, no Portal Vermelho

Mais uma eleição se avizinha. Dessa vez, são 513 eleitores destinados a escolher o novo mandatário de um dos três poderes da República: a Câmara dos Deputados. Instituição democrática que não pode estar rebaixada a serviços de grupos econômicos ou interesses não republicanos. Este espaço de poder não pode ser de alguns, e sim da verdadeira representação dos interesses de toda a nação.

A escolha do próximo presidente da Câmara é decisiva para o futuro da nação. Essa escolha deve levar em conta a próxima legislatura, que já aponta para uma ação político-institucional complexa, particularmente se isolada das demandas da sociedade, de projetos estruturantes e democráticos, políticas sociais, direitos do trabalho e direitos humanos. Bancadas representativas de grandes grupos de poder, por exemplo, ganharam robustez e as chamadas “minorias” e diversas bancadas que se relacionam com a luta popular tiveram seu tamanho reduzido.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

"Contra a direita e por mais direitos". Passeata reúne mais de 10 mil

A concentração da passeata foi no MASP
Por Renan Truffi, na Carta Capital
Capitaneado pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) de Guilherme Boulos, um ato com a participação de outros movimentos sociais reuniu nesta quinta-feira 13 feira milhares de pessoas, embaixo de chuva, para marchar pelas ruas da cidade. A manifestação passou pelos Jardins, um dos bairros mais ricos da cidade e reuniu, embaixo de chuva, pelo menos dez mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar. Além de discursos políticos, o ato teve momentos bem-humorados, como o baile de forró "contra o preconceito aos nordestinos" na frente do Hotel Renaissance, que tem uma das diárias mais caras da capital paulista.

Para Catanhêde, mercado tem que mandar mais que o povo

Eliane Catanhêde na Globo News: "É preciso um ministro da Fazenda que tenha relação com o mercado e que tire das mãos da Dilma a condução da economia".
Tipo: dane-se o processo eleitoral que acabou de ser realizado e que ELEGEU a Dilma para presidência da República. Os interesses do "mercado", de acordo com a golpista, devem falar mais alto do que a opinião da maioria do povo brasileiro. Essa é a visão tacanha dos que foram derrotados nas urnas, mas que trabalham de todas as formas inviabilizar o novo mandato do campo progressista.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Helsinki pretende acabar com os carros num futuro próximo

Helsinki, Finlândia. Cidade pretende acabar com o transporte individual
a partir de 2015. (Foto: Álvaro Sanchez).
Helsinki, capital da Finlândia, pode dar adeus ao transporte individual automotivo a partir de 2015. Teste para sistema impressionante de integração entre veículos urbanos tomam forma e jovens cidadãos não querem sequer saber de comprar carros.
Dispor de um sistema de transporte público confiável e eficiente é uma meta de muitas cidades para desincentivar o uso dos automóveis e, assim, evitar os danos ambientais que eles causam. Há poucos dias, o poder público de Helsinki (Finlândia) anunciou um ambicioso plano que busca fazer, a partir do próximo ano, com que seus cidadãos não tenham motivos para utilizar os carros em 2025.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Você sabe o que é o bolivarianismo?

Manifestação popular na Venezuela em defesa do projeto liderado por Chávez
Por Marsílea Gombata, na Carta Capital

A palavra da moda no Brasil é usada por muita gente que não faz ideia de seu significado. Entenda o que é bolivarianismo e por que ele nada tem a ver com "ditadura comunista"


Após ser apropriado pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, o termo originado do sobrenome do libertador Simón Bolívar aterrissou no debate político brasileiro. São frequentes as acusações de políticos de oposição e da mídia contra o governo federal petista. Lula e Dilma estariam "transformando o Brasil em uma Venezuela". Mas o que é o tal bolivarianismo de que tanto falam? É um palavrão? O Brasil é uma Venezuela? Bolivarismo é sinônimo de ditadura comunista? Antes de sair por aí repetindo definições equivocadas, leia as respostas abaixo:

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Dilma: regulação da mídia passa por monopólios

Presidenta Dilma sugere discussão sobre monopólios midiáticos
Do site Brasil 247:

Em entrevista concedida à mídia do Palácio do Planalto, presidente Dilma Rousseff encarou temas do que considera centrais de sua próxima gestão. Prometeu “reduzir gastos” e “apertar o controle da inflação”. Além disso, comentou a questão da regulação da mídia e de comparações de seu governo com o bolivarianismo.

Sobre a mídia, negou qualquer ideia de regulação de conteúdo, mas defendeu o que considera regulação econômica: "Eu defendo a liberdade de expressão e ela não é só liberdade de imprensa, mas é o direito de todo mundo que tiver uma opinião, mesmo que você não concorde com ela, ele tem direito de expressar. Tem direito de se expressar até contra a democracia. Outra coisa diferente é confundir isso aí com regulação econômica, que diz respeito a processo de monopólio ou oligopólios que pode ocorrer em qualquer setor econômico, onde se visa o lucro. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) está aí para isso em qualquer setor. Mas qualquer outro setor, como transportes, energia, petróleo... tem regulações e a mídia não pode ter? Estou falando sobre o que ocorre em muitos países do mundo. Centros democráticos. Ou alguém desconhece a regulação que existe nos Estados Unidos? Desconhece a regulação na Inglaterra? Do meu ponto de vista, é uma das mais duras. Estou dando dois exemplos de situações que não temos que ser iguais. Não quero para nós uma regulação tal qual a americana”, disse.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Em resolução, PT defende guinada à esquerda e reformas estruturais

PT comemora a quarta vitória consecutiva nas eleições presidenciais
Reunida na última segunda-feira, 3/11, a Executiva Nacional do PT aprovou uma resolução política em que defende o aprofundamento das mudanças em curso no país desde a eleição de Lula, em 2002. Para isso, segundo o Partido, seria necessário "combinar ação institucional, mobilização social e revolução cultural". Cita, ainda, a defesa de reformas estruturais, destacando a urgência na reforma política e nos meios de comunicação. Confira a íntegra da resolução aprovada:

Resolução política da Executiva Nacional do PT:
A reeleição da companheira Dilma Rousseff para presidir o Brasil até 31 de dezembro de 2018 é uma grande vitória do povo brasileiro. Uma vitória comemorada por todos os setores democráticos, progressistas e de esquerda no mundo e, particularmente, na América Latina e no Caribe.
Uma vitória sobretudo do PT e do nosso projeto, que conquista um quarto mandato, algo que nenhuma outra força política havia alcançado até agora no País.

sábado, 8 de novembro de 2014

Dino: Desenvolver o Maranhão como o PCdoB defende desenvolver o Brasil. Confira entrevista na integra.

Da redação do Portal Vermelho, com informações da Folha

O primeiro governador eleito pelo PCdoB, Flávio Dino (Maranhão), em entrevista concedida ao programa Poder e Política, da Folha de S. Paulo e UOL, destacou que a vitória nas urnas no estado foi uma conquista do povo que derrotou as oligarquias que se instalaram por mais de cinco décadas.

Veja entrevista na íntegra:




sexta-feira, 7 de novembro de 2014

João Amazonas: Viva a grande Revolução Socialista de Outubro!

Este artigo, escrito em 1977, foi publicado pela primeira vez na Europa, por ocasião do 60º aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro. Devido às circunstâncias da época, de vigência da ditadura militar no Brasil, teve pouca divulgação em nosso país. Por conservarem as idéias nele contidas grande atualidade, republicamo-lo agora, quando a grande façanha dos revolucionários proletários russos completa 97 anos.

Por João Amazonas

Vladimir Ilitch Ulianov, o Lênin: principal líder da Revolução Russa
Há sessenta anos ocorria a maior revolução da história da Humanidade, a Grande Revolução Socialista de Outubro. Sob a direção do Partido Bolchevique e de seu eminente chefe, Vladimir Ilitch Lênin, o proletariado – aliado às massas pobres do campo – derrubava o Poder da burguesia, destruía o império secular dos czares, criava a República dos Sovietes. A bandeira vermelha da foice e do martelo, no Palácio de Smolny, em Petrogrado, anunciava o surgimento de uma nova época, a época de dominação de uma nova classe, oprimida em todos os países capitalistas, a era das revoluções proletárias, da transição do capitalismo para o socialismo.

Eleições, mídia e financismo

Por Paulo Kliass, no jornal Brasil de Fato:

O processo eleitoral que terminou por recondu­zir Dilma Rousseff a cumprir mais um mandato à frente da Presidência da República foi marcado, mais uma vez, pe­la pressão escancarada exercida pelos interesses vinculados ao financismo e aos grandes meios de comunicação.

A inexistência de uma regulamentação clara e objetiva que ofereça um modelo democrático, transparente e plu­ralista contribui para a profusão de uma prática carregada de excessos, onde a grande imprensa se habituou, desde sempre, ao jogo da manipulação da opinião pública. Sob o argumento rasteiro da defesa da liberdade de informar e da denúncia da prática da censura, as poucas famílias de­tentoras do oligopólio da informação usaram e abusaram da tentativa de promover um golpe político em pleno pro­cesso eleitoral.

É bem verdade que o comportamento dos sucessivos go­vernos, desde a posse de Lula em 2003, tem contribuído para aprofundar esse clima de impunidade. Ao promover a continuidade do modelo de transferência de verbas bilio­nárias relativas à publicidade oficial para os grupos midiá­ticos tradicionais, o aceno foi o da manutenção dos privilé­gios. Os dirigentes de tais conglomerados empresariais fo­ram sendo homenageados de forma sistemática, na figura de indivíduos de sobrenomes emblemáticos como Marinho, Civita, Frias, entre outros. As dívidas tributárias foram re­negociadas em prazos e condições de extrema generosida­de. Empréstimos do BNDES e demais instituições públicas foram concedidos aos grupos em operações de subsídios bastante benevolentes.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Mesmo proibido, 271 parlamentares são sócios de veículos de comunicação

Manifestação pela democratização dos meios de comunicação
Da Agência PT de Notícias.

Apesar da proibição Constitucional, atualmente no Congresso Nacional existem 271 políticos sócios ou diretores de 324 veículos de comunicação. É o que aponta levantamento feito pelo Projeto Donos da Mídia e debatido pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). 

O artigo 54 da Constituição Federal não poderia ser mais claro: é proibido a todo e qualquer ocupante de cargo eletivo ser diretor ou proprietário de canais de comunicação, como jornais impressos, rádios e TV. E o Artigo 55 pune com a perda do mandato quem descumprir o artigo anterior. Mas, no Congresso Nacional, existe uma bancada bem estabelecida do baronato da mídia nacional ou, indiretamente, financiada por ela. Ao todo, 271 políticos são sócios ou diretores de 324 veículos de comunicação.

Total de mortos por 'Estado Islâmico' em tribo sunita chega a 322, diz Iraque

O governo iraquiano conseguiu o apoio de apenas uma parte
das tribos do país na luta contra o 'Estado Islâmico'.
Da BBC Brasil

O governo do Iraque informou neste domingo que os militantes do grupo autodenominado "Estado Islâmico" foram responsáveis pelas mortes de 322 membros de uma tribo sunita na província de Anbar.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos iraquiano mais de 50 corpos foram encontrados em um poço de água e outros 65 membros da tribo Al-Bu Nimr foram sequestrados.
O Ministério acrescentou que os militantes estão mantendo estas 65 pessoas como reféns, prisioneiros de guerra. O grupo também roubou gado da tribo.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Constituinte soberana, exclusiva e temática é perfeitamente aceitável

Campanha pela convocação de uma Constituinte Exclusiva
para a Reforma Política colheu mais de 7 milhões
de assinaturas.
Por José Luiz Quadros de Magalhães* e Tatiana Ribeiro de Souza**, no Consultor Jurídico.

Algumas questões têm sido levantadas por opositores de movimentos sociais que defendem a mobilização das pessoas e grupos organizados para legitimar uma transformação de nosso sistema político por meio de uma Constituinte soberana (originária), exclusiva (eleita exclusivamente para esta função) e temática (para fazer a reforma política). Como já muitas vezes dito e escrito, isto é uma novidade, pois as Constituintes originárias (soberanas), exclusivas (eleitas para fazer a nova constituição e depois dissolvidas) nunca foram temáticas, pois não se restringiram a um tema constitucional mas elaboraram uma nova Constituição. Sobre a possibilidade da realização desta forma de Constituinte, também muito já foi dito, e claro que, embora ainda não realizada, é perfeitamente aceitável seguindo a lógica da Teoria da Constituição. Um poder que se legitima na democracia, entendida como vontade popular expressa, pode ser limitado pelo movimento democrático que o convoca e legitima ou autolimitar-se.