segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Na Europa Oriental, saudades do nazismo

Por Rafael Poch, no La Vanguardia
Sob impacto da crise, ressurgem anticomunismo e antissemitismo primários. E a extrema direita, que governa Hungria, ensaia uma saída populista.


O parlamento da Estônia aprovará em março, com ampla maioria, a concessão do título de “lutadores da liberdade” aos membros da “Legião SS” estoniana que combateu ao lado de Hitler contra os soviéticos, na II Guerra Mundial.

Os veteranos estonianos da SS, aproximadamente 12 mil homens em 1944, há anos glorificam sua participação na guerra, em atos oficiais aos quais convidam ex-SS e jovens neonazistas de outros países. Mas a primeira lei em favor dos “lutadores pela liberdade” será a de março.

O passado que a Argentina enfrenta com a coragem que aqui não há

A frase inesperada congelou a plateia colorida de azul, branco e marrom cáqui que lotava na segunda-feira, 12 de dezembro, o Salão San Martín, o espaço nobre do Edifício Libertador, sede do comando do Exército em Buenos Aires. Perfilados diante do ministro da Defesa, Arturo Puricelli, os brigadeiros, almirantes e generais do Alto Comando das Forças Armadas argentinas ouviram, crispados, a sentença súbita e cortante da autoridade que subvertia o rígido protocolo castrense:

Nos EUA, idosa de 101 anos é expulsa de casa por não pagar hipoteca

Texana Hollis, uma mulher estadunidense de 101 anos de idade, é o mais fiel retrato da crise que o capitalismo mundial vem vivendo nos últimos anos. Por não conseguir pagar os altos impostos e a hipoteca de sua casa, onde vivia há mais de 60 anos, ela foi despejada e teve suas coisas retiradas pelo Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano, órgão do governo dos EUA.

O mais curioso é que o próprio governo norte-americano vem concedendo, desde o estouro da crise, bilhões e bilhões de dólares em vantagens para banqueiros e especuladores que tiveram algum prejuízo com a irresponsabilidade deles mesmos. E quem paga essa conta? Texana e outros milhões de cidadãos daquele país e do mundo inteiro, que vão a cada dia sendo jogados na marginalidade.

Aliás, Texana só não teve que ir morar nas ruas graças à generosidade de sua vizinha, Pollian Cheeks, 68, que já havia sido sua aluna e a abrigou em sua casa logo que soube do despejo. "Polly é tão boa comigo quanto possível. É como viver em minha casa, mas não é a minha casa", afirmou Hollis.

Cenas como essas estão cada dia mais comuns nos EUA e em outras grandes potencias mundiais, onde o desemprego e os índices de pobreza extrema nunca estiveram tão altos e direitos trabalhistas vem sendo retirados como parte do esforço para superar a crise. Esforço apenas do povo, naturalmente, já que os pacotes anti-crise de todas essas nações nada exigem dos mais ricos.

"Aqui estou eu, 100 anos e sem um lugar pra viver", lamentou Texana.

Protógenes: "presenciei atos de barbárie e violência comparados aos campos de concentração Nazista" em Pinheirinho

O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) esteve, neste domingo (22), em São José dos Campos (SP) para avaliar a situação dos moradores do Pinheirinho, despejadas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para pagar dívidas do criminoso Naji Nahas, preso por Protógenes em 2008. O terreno do Pinheirinho foi ocupado há 8 anos onde viviam aproximadamente 1.600 famílias (cerca de 5.500 pessoas), segundo o censo da Prefeitura.

A desocupação foi antecedida de uma batalha judicial e conflitos dentro do próprio judiciário. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, negou liminar que pedia a validação da decisão da Justiça Federal, que impedia a desocupação da área. Com isso, o presidente do tribunal validou a desocupação, que ocorreu na manhã de domingo em meio a confronto entre policiais militares e moradores do local.

Segundo Protógenes, o “conflito judicial parece esconder algo de muito podre na disputa da área”. O parlamentar afirmou que “a desocupação violou princípios constitucionais: desde as garantias individuais e coletivas até o mais sublime dos princípios da função social da propriedade, posto que envolve a massa falida do criminoso Naji Nahas”... “Presenciei atos de barbárie e violência comparados aos campos de concentração Nazistas”, concluiu.

Editorial do Granma denuncia manipulação por trás da morte de presidiário

Nos últimos dias, a mídia e representantes de alguns governos tradicionalmente comprometidos com a subversão contra Cuba, desataram uma nova campanha de acusações, aproveitando inescrupulosamente um fato lamentável: o falecimento de um preso comum que, talvez, só no caso de Cuba, se converte em notícia de repercussão internacional.


O método empregado é o mesmo de sempre, que pretende impor-se infrutiferamente, mediante a repetição, com o objetivo de satanizar Cuba, neste caso, a partir da manipulação deliberada de um acontecimento totalmente inusual em nosso país, diferentemente de outros.


O denominado "preso político" cumpria uma sanção de quatro anos de prisão, após um processo justo, durante o qual esteve em liberdade e de um julgamento conforme ao direito, por ter golpeado de forma brutal e publicamente sua esposa, agredir os policiais e resistir violentamente a detenção.

Pinheirinho e a cobertura da mídia

Por Gustavo Barreto, no sítio Fazendo Media:

Vamos aos fatos, facilmente apurados:

1. Decisão federal, segundo qualquer fonte jurídica (OAB, MP etc), prevalece. Ação é ilegal.

2. Moradia é direito fundamental, está na Constituição Federal de 1988, e os ocupantes não constituem ameaça à vida do empresário bilionário Naji Robert Nahas e nem aos moradores da região.

3. Os ocupantes não são “sem teto”. As 1.600 famílias possuem teto, está evidente, e poderiam ser legalizadas. Os governos poderiam, por exemplo, indenizar o proprietário e resolver um problema crônico de assentamento humano na região. É mais barato, mais inteligente e elimina possibilidade de conflitos.

VÍDEO: Boaventura de Souza Santos repudia ação no Pinheirinho.

Charge: Massacre no Pinheirinho


França: Para a direita é mais fácil transmitir medos do que ideias

Por Maria Quitéria Turcios*
A candidata às eleições presidenciais de 2012 na França, Marine Le Pen, da Frente Nacional (FN), partido mais à direita no espectro político francês, está se revelando cada vez mais odiosa e mais perigosa que seu papai, Jean Marie Le Pen.


O tom da campanha de Marine é preconceituoso, em todos os sentidos possíveis do termo. Para se ter uma ideia de como seu programa é conservador, a candidata diz que tem que haver uma escala de penas para os crimes e a pena de morte é uma dessas escalas, mostrando que é a favor dessa prática de barbárie.

Em um dos pontos que diz respeito aos movimentos sociais, Marine Le Pen diz que em universidades e escolas do ensino médio deve haver portões com detector de metais e os alunos devem ser revistados. Tudo isso para controlar e sufocar o movimento estudantil. Na foto de campanha da FN, podemos ver que há dois lados opostos e uma frase abaixo: “Choisis ta France” (escolha sua França), apresentando duas visões do país.

Solidariedade com o Pinheirinho; hoje mobilizações em todo o país

Domingo, 22 de janeiro de 2011. O país amanheceu estarrecido frente à informação de que a tropa de choque da Polícia Militar de São Paulo entrou no Pinheirinho para cumprir o mandato de reintegração de posse da área, ocupada por 6 mil pessoas há 8 anos.


O terreno, localizado em São José dos Campos, a 87 km de São Paulo, é ocupado por essas famílias há 8 anos. Apesar de os moradores terem se preparado para resistir à desocupação, pouco pôde ser feito frente à ação de surpresa da polícia, que chegou ao local por volta das 6h.



A ação militar deixou um rastro de destruição no local. De acordo com o jornal do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, tratores enviados pela prefeitura destruíram a Capela Madre Tereza de Calcutá, construída pelos moradores. Também foi destruído o barracão onde aconteciam as assembleias, festas e reuniões da comunidade. O objetivo é demolir as mais de 2 mil casas erguidas no local.