Por Ana Garralda, do El Diário, publicado no Opera Mundi
Entrar em uma suposta "zona de guerra" da qual, segundo os comandos militares, a população civil já havia sido evacuada. Disparar. E depois ver idosos, jovens e pessoas com deficiência no território. Ou atacar com tanques qualquer alvo, aleatoriamente, como vingança pela morte de um companheiro. Essas são algumas das denúncias reunidas em um informe da organização israelense
Breaking the Silence [Rompendo o Silêncio, em português], por meio da qual 70 oficiais e soldados de Israel reportam os abusos cometidos por seu Exército na última grande ofensiva militar sobre Gaza, em meados do ano passado.
A operação Margem Protetora, realizada pelo Exército israelense na Faixa de Gaza durante os meses de julho e agosto de 2014, acabou sendo mais devastadora do que as duas operações anteriores combinadas. Segundo estatísticas compiladas pela delegação do Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária (OCHA) da ONU em Jerusalém, o número de mortos do lado palestino superou 2.100, dos quais cerca de 500 eram menores de idade. Dos cerca de 11 mil feridos, mais de 3.000 são crianças e adolescentes.