As medidas que derrubaram as taxas de juros “na boca do caixa” têm alcance tanto imediato quanto estratégico. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal iniciaram a aplicação dessas medidas nesta semana com os juros no cartão de crédito a 1,35% ao mês — há duas semanas, a média era 8,01%.
Esse dado ilustra bem a natureza da medida: “forçar” o setor privado a uma concorrência capaz de fazer chegar às pessoas comuns e nas empresas – com necessidade de capital de giro – a queda das taxas de juros (SELIC) iniciadas em agosto do ano passado.
Esta medida completa, em essência, as medidas de estímulos fiscais para a produção. É bem sabido que tais medidas em prol da concorrência bancária não serão capazes de reverter o processo de desgaste de nossas cadeias produtivas. Servem como estímulo ao consumo, uma das formas de alavancar a produção em meio a uma crise financeira quase sem fim. Também não vão ao encontro de uma solução final para o crônico problema do financiamento da produção no longo prazo.