Jandira Feghali (RJ) é deputada federal pelo PCdoB |
Mais uma eleição se avizinha. Dessa vez, são 513 eleitores destinados a escolher o novo mandatário de um dos três poderes da República: a Câmara dos Deputados. Instituição democrática que não pode estar rebaixada a serviços de grupos econômicos ou interesses não republicanos. Este espaço de poder não pode ser de alguns, e sim da verdadeira representação dos interesses de toda a nação.
A escolha do próximo presidente da Câmara é decisiva para o futuro da nação. Essa escolha deve levar em conta a próxima legislatura, que já aponta para uma ação político-institucional complexa, particularmente se isolada das demandas da sociedade, de projetos estruturantes e democráticos, políticas sociais, direitos do trabalho e direitos humanos. Bancadas representativas de grandes grupos de poder, por exemplo, ganharam robustez e as chamadas “minorias” e diversas bancadas que se relacionam com a luta popular tiveram seu tamanho reduzido.
Neste difícil cenário, o parlamentar que conduzir a próxima presidência precisará ter firmeza para enfrentar lobbies contrários aos avanços progressistas e pautar demandas populares em Plenário, sem ceder a interesses escusos – cada vez mais constantes e rejeitados pelo povo. Se o comando da casa não patrocinar a permeabilidade aos movimentos sociais, ao diálogo com as diversas forças e com o governo eleito, corremos o risco de ver a Casa do Povo transformada em casa de horrores, numa verdadeira ‘marcha à ré’ na história do Parlamento.
As candidaturas identificadas com o retrocesso não possuem coerência com as conquistas do século 21. Na verdade representam sua antítese. Forjadas nos interesses privados, buscam atrair setores da oposição na tentativa de colocar refém o governo eleito por 53 milhões de brasileiros e impor uma pauta que não interessa ao Brasil.
Esse “tiro”, que pretende alvejar um projeto soberano e independente ao Brasil, terá como escudo a inteligência política, maturidade dos parlamentares e as forças sociais. A sociedade, definitivamente, não pode aceitar este tipo de comando na Casa do Povo. Deve rechaçar qualquer opção que não respeite a diversidade humana e a pluralidade ideológica. Não aceitará qualquer opção que arranhe ainda mais a imagem do parlamento brasileiro.
A bancada do PCdoB tem esta mesma preocupação e trabalha para defender um candidato que esteja disposto a agregar forças e levar a Instituição para a construção de caminhos respeitáveis, éticos e politicamente sintonizados com o povo brasileiro. Em tempos de intensa mobilização da sociedade por mais conquistas e na defesa das reformas profundas e democráticas, é preciso que os partidos que compõem a governabilidade do projeto iniciado por Lula e mantido por Dilma defendam-no com unhas e dentes.
É preciso mais que resistir. É preciso ampliar e vencer. A presidência da Câmara, um dos maiores postos de poder da nação, não pode transitar pelas sombras do atraso.
*Foi Deputada Estadual, está no quinto mandato de Deputada Federal, Secretária de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói e Secretária Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Relatou a Lei Maria da Penha e atualmente lider do PCdoB na câmara dos deputados
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