A Associação Bahia Livre (ABL) e o Movimento Unidade Tricolor (MUT), que representam uma parcela dos grupos organizados da oposição à atual diretoria do Bahia, divulgaram nessa quarta, 14, uma carta aberta à torcida do Esquadrão onde comentam a decisão da justiça de anular as eleições para a diretoria do clube (que reconduziram Marcelo Guimarães Filho à presidência do Bahia e foram marcadas por graves denúncias de irregularidades) e voltam a cobrar eleições diretas.
“Salvador, 14 de março de 2012
Carta Aberta à Torcida do Bahia
A intervenção decretada no Esporte Clube Bahia é resultado da nossa luta, há mais de uma década, por democracia, transparência e honestidade na condução do clube.
Não queremos o poder. Queremos apenas regras claras para quem assume o poder. Não é sério nem respeitável um Conselho eleito em Janeiro de 2012, mas cujos membros são apenas divulgados, parcialmente, sem a relação de suplentes, em março. Que é isso?
Participamos das eleições de 2005 e 2008 com Fernando Jorge Carneiro sem ter direito a sequer ver a lista de sócios. Em 2008, precisamos recorrer à Justiça para ter acesso a essa relação, não obtendo êxito.
Não participamos das eleições de 2011 porque continuavam as mesmas limitações ao nosso direito, básico, de saber quem podia votar ou ser votado.
Ontem, o presidente Marcelo Guimarães defendeu as eleições diretas na CBF. E por que no Bahia, não pode? Na CBF, o colégio eleitoral é conhecido: presidentes das federações e presidentes dos clubes de futebol da Série A.
No Bahia, não sabemos quem são os sócios.
Declaramos nosso total apoio ao interventor Carlos Rátis para que promova a reabilitação da legalidade e faça a recomposição dos órgãos politicos do Esporte Clube Bahia.
Não nos interessa nenhuma solução de continuidade da vida esportiva do clube. Defendemos, pois, a permanência do Diretor de Futebol, Paulo Angioni, e de toda a Comissão Técnica, comandada por Paulo Roberto Falcão.
Nossa luta é pela democracia, para que o Bahia seja mais forte com a presença de nossa grande e apaixonada torcida na vida do clube, sem intimidações e agressões como as que são promovidas pelos donos do poder em reuniões do Conselho e da Assembleia Geral.
Queremos apenas a mudança dos estatutos e o estabelecimento de regras democráticas para a escolha do presidente e do Conselho do Bahia.
Vamos continuar lutando, com todo o nosso esforço, para a construção de um grande clube.
Queremos ver renascer o nosso Bahia acima dos interesses pessoais e da visão mesquinha de alguns.
Movimento Unidade Tricolor
Associação Bahia Livre“
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