terça-feira, 17 de abril de 2012

Alice se destaca em debate com pré-candidatos à Prefeitura

Por Caio Botelho
A deputada federal e pré-candidata do PCdoB à Prefeitura de Salvador, Alice Portugal, participou na última sexta-feira (13) de um debate promovido pelo Movimento Vozes de Salvador, no auditório do Ministério Público da Bahia. Trata-se de uma das primeiras iniciativas do gênero que, além da pré-candidata comunista, também reuniu os prefeituráveis Hamilton Assis (PSOL), Nelson Pellegrino (PT) e Virgílio Pacheco (PV), além do ex-governador e pré-candidato à Câmara dos Vereadores, Waldir Pires.

No debate, foram apresentadas uma série de propostas, discutidas pelos integrantes do Movimento Vozes de Salvador, para diversas áreas, como saúde pública, educação, planejamento urbano, combate à pobreza, entre outras. Em seguida, cada pré-candidato teve o tempo de 15 minutos para apresentar as suas ideias para a cidade.

Primeira a fazer uso da palavra, Alice Portugal destacou a importância do debate e elogiou a iniciativa dos organizadores. Ao longo de sua intervenção, chegou a arrancar risos da plateia ao reafirmar que a sua pré-candidatura representa o novo para a cidade: “Aqui na mesa, eu e Virgílio [Pacheco, pré-candidato do PV] somos calouros nesse intento, mas outros já fizeram a matéria e estão repetindo”, afirmou, em uma referência ao petista Nelson Pellegrino, que pela quarta vez postula o cargo de prefeito. “Mas são bons alunos também, porque são parceiros da democracia na busca pela transformação do nosso país e do nosso estado”, arrematou.


Alice também ressaltou, com o discurso inflamado que é uma de suas marcas, a defesa do fortalecimento do papel da Prefeitura em áreas estratégicas, como a saúde: “é possível manter o que é público, público, fazendo uma gestão com recursos próprios, sem entregar a terceiros uma responsabilidade que pertence ao município”, defendeu a pré-candidata do PCdoB, sendo interrompida pelos aplausos dos que estavam presentes.


A seguir, apresentamos trechos da intervenção de Alice Portugal no debate:

Formação histórica de Salvador:

 “Na década de 1930 começou a industrialização, mas sem reforma agrária, o que provocou uma migração do campo para a cidade, e até hoje vemos a consequência dessa hipertrofia. Nos anos 60 a 80, foram mais de 50 milhões de pessoas que migraram para as cidades, formando os complexos populares que viraram favelas, que a minha geração conheceu e verificou Antônio Carlos Magalhães tratando-as com um processo violento que, infelizmente, fez escola em nosso país.”

Parceria com os governos federal e estadual:

“Vamos buscar essas parcerias para a solução de vários problemas aqui elencados. Ela é necessária sempre, por conta da própria natureza da musculatura financeira da cidade, de sua dificuldade de manutenção, e de não ter caminhado com as suas pernas ao longo desses anos inteiros. Mas não basta dizer que as parcerias entre o governo estadual e federal resolverão. Não resolverão. Nós vamos lutar, temos que lutar e vamos precisar de opiniões e muita criatividade.”

Conselho da Cidade e defesa do diálogo:

“Sabemos que o atual gestor pratica um modelo ultrapassado, superado, que lamentavelmente perdeu o caminho (...), e a primeira coisa que o novo gestor ou gestora deverá fazer é dar posse ao Conselho da Cidade, ouvir estudantes, empresários, trabalhadores, sindicatos, ouvir o movimento comunitário, a luta contra o preconceito racial, contra a homofobia, ouvir a cidade. Um Conselho eleito em uma conferência não tomou posse, em uma sonegação completa do direito do povo. Pra mim, essa é uma questão fundamental.”

15º do orçamento para a Saúde:

"Investir 15% [do orçamento municipal] em Saúde é o mínimo, é pouco. Hoje não se chega a 15%, e por mais isso as contas [do prefeito João Henrique] estão complicadas. Então vamos começar garantindo os 15% e avançar, requalificando a saúde da família, garantindo que a filantropia verdadeira seja socorrida para que não percamos serviços importantes como o Aristides Maltez e o Martagão Gesteira, entre outras coisas."

Coragem para promover mudanças:

“Vamos precisar de efetiva coragem. Coragem para enfrentar esses problemas. Coragem para botar o dedo em feridas, e para fazer isso é preciso também estar despojado de compromissos com esses segmentos que comprometeram o futuro da cidade”.

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