O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, esteve em Brasília nesta quarta-feira (21), ao lado de representantes das demais centrais sindicais, para uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para o dirigente, o encontro foi pouco produtivo, já que o ministro sequer admitiu que o país viva um processo de desindustrialização.
“Com essa postura o diálogo fica complicado. O IBGE, o Dieese e o Ipea têm dados claros sobre o processo de desindustrialização vivido pelo país. O ministro só pode estar no mundo da Lua ao negar essa realidade”, lamentou Wagner Gomes, que esteve acompanhado do secretário de Políticas Institucionais da CTB, Joílson Cardoso.
Segundo Wagner Gomes, Mantega disse durante a reunião que a questão da indústria está sob controle. Afirmou também que o governo tem o controle da situação e que irá tomar as medidas necessários para evitar maiores danos.
Esta não é a primeira manifestação do governo federal em contrariedade às reivindicações das centrais sindicais sobre esse tema. Na semana, também durante reunião com sindicalistas, a presidenta Dilma Rousseff demonstrou contrariedade em relação ao movimento que vem sendo feito em conjunto com o empresariado, pelo fortalecimento da indústria no país.
Os números são claros: em 2011, o Brasil viu um crescimento de apenas 0,3% de sua indústria. Além disso, o país também viu o crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) se limitar a apenas 2,7% no ano passado.
“Esperamos que o governo se dê conta com rapidez da realidade que estamos vivendo. Estão havendo demissões em diversos setores da indústria brasileira, especialmente por conta da política macroeconômica atual. Estamos disposto a dialogar e colaborar com o governo para que o Brasil avance”, ressaltou Wagner Gomes.
PLR
Além da questão da desindustrialização, as centrais sindicais levaram a Mantega uma proposta de incentivo ao consumo dos trabalhadores do país, relacionado à desoneração dos abonos e da Participação de Lucros e Resultados (PLR), hoje tributados pelo Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
A isenção de imposto de renda na PLR está prevista em duas emendas de autoria dos deputados federais Vicentinho (PT-SP) e Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) em relação à Medida Provisória (MP) 556. Diante da proposta defendida pelas centrais, Mantega pediu um prazo de 15 dias para analisá-la.
Fonte: CTB
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