O secretário geral do Partido Comunista do Chile (PCH), Lautaro Carmona, garantiu que em seu país, como vaticinou o presidente Salvador Allende, os caminhos começam a serem abertos pela luta do povo.
Em entrevista exclusiva à Prensa Latina, Carmona prognosticou um 2012 de grandes lutas sociais e de grandes exigências aos que se auto definem como forças de oposição para construir uma ideia programática orientada para que nunca mais se repita um governo tão fanaticamente neoliberal como o de (Sebastião) Piñera.
Referiu-se, em particular ao desafio que representam as eleições municipais do final do ano, no qual dever triunfar o sentido de responsabilidade com o povo do Chile, como declarou.
Apontou, nesse sentido, que espera haver um acordo eficaz que permita que a oposição conquiste a imensa maioria dos municípios, tanto em quantidade de prefeitos, como em importância eleitoral.
O também deputado chileno ponderou ainda o significado da celebração, este ano, do centenário do PCH e o entusiasmo e o protagonismo popular observado na tradicional Festa dos Abraços no final de semana passado, ocasião em que se celebrou o início da comemoração.
“Estou muito contente, muito satisfeito com o que foi visto na Festa dos Abraços, de como se iniciou o ano do centenário da fundação do partido”, manifestou à Prensa Latina.
Refletiu como a celebração coincide com um novo momento político do Chile, marcado pelo despertar do povo e pela reivindicação não apenas de legítimas e urgentes demandas, mas pela clareza de que a solução dessas necessidades passa por uma mudança estrutural de fundo do modelo neoliberal que impera no país.
“Se vemos as razões pelas quais o partido nasceu e as razões pelas quais os trabalhadores lutam hoje em dia, percebemos a absoluta vigência do agrupamento como um instrumento a serviço do povo”, comentou.
Uma ideia que persiste
Lembrou que quando os comunistas chilenos começaram a questionar o neoliberalismo depois da ditadura, eram vistos como pré-históricos, como pessoas que olhavam com nostalgia o passado, sem sentido pragmático de vida.
Hoje, ressaltou, é o povo do Chile que está indicando que essas formulações são necessárias, justas e urgentes.
Insistiu, como consequência, na juventude das ideias do partido. “O tempo não envelhece as ideias que são sempre atuais. Como não será novo, fresco e jovem lutar por felicidade, porque todos temos iguais possibilidades e iguais direitos; lutar por um espaço plenamente democrático”?
As bandeiras da luta social que hoje é defendida pelos jovens nas ruas do Chile são as que nós, comunistas, sustentamos historicamente, enfatizou Carmona.
O ato central da comemoração será em 4 de junho, quando serão completados os 100 anos da criação do partido, fundado na cidade de Iquique por Luis Emilio Recabarren, gestor também do movimento operário e do sindicalismo chileno.
Fonte: Prensa Latina
Tradução: Da Redação do Vermelho, Vanessa Silva
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