Há um ano, no dia de sua posse na presidência da República, em 1º de janeiro de 2011, Dilma Rousseff fez um discurso veemente no qual enfatizou um compromisso de governo - erradicar a pobreza extrema no Brasil, manter o crescimento econômico e avançar nas mudanças.
Por José Carlos Ruy
Um ano se passou, a crise econômica internacional se agravou, a situação social nos países ricos se deteriorou gravemente com a paralisia da economia, o desemprego galopante, e o alto preço da crise jogado sobre os ombros dos trabalhadores, levando a uma situação até recentemente impensável: a fome volta a rondar as famílias europeias.
Mas no Brasil a situação é outra, e este éo sentido do otimismo do primeiro pronunciamento do ano feito pela presidente Dilma Rousseff através do programa Café com a presidenta que foi ao ar nesta manhã, o primeiro do ano.
A base do otimismo foi o anúncio da continuidade do crescimento econômico. Dilma fez uma avaliação favorável de 2011que, em sua opinião, foi um ano bom. E garantiu: 2012 “será ainda melhor”, reconhecendo que ainda é preciso fazer mais. “Igual a cada um de vocês, ainda estou longe de me sentir satisfeita. Mas tenho cada vez mais convicção de que podemos e vamos avançar muito mais”, disse ela.
O Brasil conseguiu enfrentar a crise internacional, disse. Com “planejamento e políticas acertadas, estamos conseguindo proteger a nossa economia, os nossos setores produtivos e, sobretudo, o emprego dos brasileiros”. Essa é situação abre perspectivas que o Brasil pode aproveitar. “Estamos transformando um momento de crise em um momento de oportunidade e entrando em uma nova era, uma era de prosperidade”.
Dilma Rousseff comemorou o bom desempenho da economia em 2011 afirmando que, enquanto “em que quase todos os países do mundo perderam emprego, nós criamos mais de dois milhões de novos postos de trabalho. No ano em que grandes potências mundiais estão tendo crescimento negativo, ou igual a zero, nós vamos ter um bom crescimento. Porque ele está acompanhado de inflação baixa, de juros descendentes, aumento do emprego, distribuição de renda e diminuição de desigualdades”. E, se 2011 “foi um ano de grande prova”, 2012 “será mais um marco de consolidação do modelo brasileiro”.
Dilma indicou as mudanças que estão no horizonte. Uma delas é a carga tributária mais leve e crédito mais fácil e barato para “as mais de 5 milhões de pequenas empresas que estão no Simples, e para os Microempreendedores Individuais”. O Minha Casa Minha Vida será reforçado ampliando as facilidades para a aquisição da casa própria. “Até 2014 a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil vão investir mais de 125 bilhões de reais no Minha Casa, Minha Vida. Somente este ano, já contratamos 341 mil novas moradias, entregamos 400 mil moradias e outras 500 mil estão em obras”. O incentivo à produção industrial e agrícola continuará com o IPI reduzido para geladeiras, fogões, máquinas de lavar, caminhões, utilitários e máquinas agrícolas. “Com menos impostos e mais crédito a economia brasileira vai crescer mais”, disse a mandatária.
A menina dos olhos de Dilma desde o primeiro momento de seu governo, é o combate à pobreza extrema, que vai continuar, garantiu. O Programa Brasil Sem Miséria vai ser consolidado, juntamente com outros programas no mesmo rumo. Na área social, serão construídas mais 1.500 creches (repetindo o número de 2011); o programa Melhor em Casa, que leva assistência médica à residência de milhões de brasileiros, vai continuar, o S.O.S Emergência será fortalecido, a luta contra o consumo de drogas vai ser incrementada com investimentos de 4 bilhões de reais para combater o uso de crack e dar assistência médica, social e pedagógica aos dependentes e suas famílias, além de combater “de forma vigorosa” o tráfico de drogas e as máfias envolvidas com ele. O Programa Viver Sem Limites dará apoio aos 45 milhões de brasileiros que sofrem deficiências físicas ou psicológicas, e o Pronatec tem a meta de matricular, até 2014, 8 milhões de alunos.
Neste primeiro pronunciamento aos brasileiros feito em 2012 Dilma reafirmou o compromisso de avançar nas mudanças e consolidar os ganhos já alcançados desde a posse de Lula em 2003. O Brasil enfrentou a crise econômica mundial, desde seu primeiro momento, em 2007, com uma política clara de intervenção do Estado na economia para fomentar o crescimento e garantir o emprego e a distribuição de renda. Esta é toda a diferença em relação às medidas opostas tomadas por governos de países ricos que, na crise, impõe medidas que afundam suas populações no desemprego e na pobreza - as mesmas políticas que os governo neoliberais brasileiros colocaram em prática até 2002, infelicitando a nação e empobrecendo os brasileiros.
Esta é a base da oportunidade que a crise abre para o país, reconhecida por Dilma. E que poderá fundamentar a anunciada era de prosperidade. O Brasil está pronto para ela - cresce, fortalece a produção e o consumo, amplia o bem estar dos brasileiros, amplia o reconhecimento internacional sobre a capacidade do país. Dilma reafirmou o compromisso de seu governo de avançar nas mudanças. Mas é preciso enfatizar que o avanço neste processo de conquistas depende da derrota da anacrônica aliança da especulação financeira, que continua extorquindo o país com os escandalosos ganhos no mercado financeiro. E substituí-la por uma novo pacto entre os trabalhadores, o governo e os empresários da produção, um pacto para fortalecer o desenvolvimento, o trabalho e a renda.
Do Portal Vermelho, com informações da EBC - Empresa Brasileira de Comunicação
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