sábado, 24 de dezembro de 2011

Raúl Castro: Nós queremos relações normais com os EUA; eles não

O presidente cubano, Raúl Castro, em discurso na Assembleia Nacional do Poder Popular assinalou que 2011 foi um ano conturbado para o mundo e que hoje se manifestam tendências cada vez mais perigosas e reacionárias ao mesmo tempo em que se intensificam as expressões de resistência e protestos populares contra o capitalismo neoliberal.



Os mecanismos das Nações Unidas, criados para preservar a paz e a segurança, foram manipulados para impor ao planeta a tirania dos Estados Unidos e da Otan, que assumem como modelo “a mudança de regime”, a violação dos princípios do Direito Internacional e o emprego do poderio financeiro-midiático para atiçar o ódio e a violência.

Enquanto que em dezenas de cidades estadunidenses e européias, aumenta o apoio à mensagem dos “indignados”, dirigido a colocar fim à crescente desigualdade nos países desenvolvidos.

Convidamos esses governos, que tanto apregoam sobre democracia, direitos humanos, liberdade de imprensa, etc, a escutar suas legítimas demandas, a consultar seus povos quanto às políticas econômicas, as medidas de ajuste e a levar em conta a opinião pública, sem a brutal repressão a que, com freqüência são submetidas as manifestações estudantis, profissionais, operárias, de imigrantes e outras minorias.

Ao mesmo tempo, nossa América avança para a integração e soberania regional, mostra disso foi a constituição, em Caracas, no último dia 2 de dezembro, da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, Celac, que representa o fato institucional de maior transcendência no hemisfério durante os últimos séculos desde a independência.

(...)

Barack Obama, o 11º presidente estadunidense desde 1959 parece não compreender que Cuba fez enormes e prolongados sacrifícios para conquistar sua independência no século 19. Às vezes, dá a impressão de não ser sequer informado de que frente a esta realidade, seu governo teve que renunciar aos pretextos mais repetitivos para justificar o bloqueio e inventar outros cada vez mais insustentáveis.

Com equanimidade e paciência, nos dedicaremos a cumprir os acordos do Congresso enquanto transcorrerão as eleições estadunidenses. Sabemos que o bloqueio continuará e que será incrementado o financiamento e as intenções de converter um punhado de mercenários em uma oposição desestabilizadora, por tira o sono de um povo revolucionário como o nosso, instruído, armado e livre, que não renunciará nunca à defesa.

Apesar da imobilidade do governo estadunidense e sua falta de vontade política para melhorar as relações acalmam os setores mais reacionários a impulsionar novas provocações e ações de agressão, Cuba mantém a proposta de avançar até a normalização de seus vínculos com os Estados Unidos e desenvolver a cooperação em todas as esferas que possam beneficiar ambos os povos.

Fonte: Cuba Debate
Tradução: Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva

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