Dois estudos divulgados nos últimos dias confirmam que este Natal não será nada generoso para os trabalhadores de várias partes do mundo. O relatório Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), órgão que reúne os 17 países mais ricos, mostra que a distribuição de renda piorou entre 1985 e 2008 – antes mesmo da explosão da grave crise capitalista mundial.
Tragédia nos EUA e Europa
“A desigualdade nos países da OCDE alcançou seu nível mais alto no último meio século”, alerta o secretário-geral do órgão, Angel Gurría. A ofensiva neoliberal nas nações capitalistas mais desenvolvidas aumentou o fosso entre ricos e pobres. “A regulação mais flexível do mercado de trabalho contribuiu para aumentar a dispersão dos salários”, reconhece o relatório da OCDE.
Com a crise econômica deflagrada no coração do sistema a partir de 2008, o quadro só piorou, com milhares de demissões nos EUA e na Europa e várias medidas de arrocho salarial e corte de direitos trabalhistas. Estima-se que 14 milhões de trabalhadores estejam desempregados nos Estados Unidos e que 23 milhões vegetem na mesma situação nas nações européias.
Melhorias na América Latina
Já um levantamento da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), realizado em 17 países da região, indica que ocorreram importantes melhorias na distribuição de renda, em decorrência de vários programas sociais aplicados por governos mais progressistas. Apesar disso, a região continua com péssimos índices de distribuição de renda, segundo o coeficiente de Gini.
Segundo o relatório, na última década a taxa de pobreza da América Latina caiu 17 pontos percentuais. O índice que era de 48,4% em 1990 e baixou para 31,4% em 2010, o menor em 20 anos. Os dados são do relatório Panorama Social da América Latina 2011 divulgado no final de novembro. A Cepal aponta, porém, que os problemas estruturais da região ainda não foram enfrentados.
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