Por Caio Botelho
Nos últimos anos os camarotes têm se tornado um dos principais problemas do carnaval de Salvador. A sua proliferação e elitização tem reduzido consideravelmente o espaço que antes era reservado ao "folião pipoca". Sem contar com a pouca fiscalização e regulamentação dos órgãos públicos, especialmente da Prefeitura. Assim, meia-dúzia de empresários lucram milhões sem nenhuma contrapartida concreta para a cidade e para os que nela vivem. Pior: apenas acentuam o apartheid que vem virando marca registrada da festa momesca.
Mas parece que o novo prefeito da cidade, ACM Neto (DEM), ainda não está satisfeito. Em entrevista ao jornalista Zé Eduardo, publicada no site Bocão News nessa terça-feira, 12 (leia aqui), o chefe do poder executivo soteropolitano confirmou que entre as mudanças que a Prefeitura pretende promover no Circuito Osmar (Campo Grande) para o carnaval de 2014 está a ideia de trazer o que ele chama de "camarotes de conceito" para, segundo ele, "trazer luz e brilho para esse circuito".
Camarotes de conceito, naturalmente, são aqueles que cobram uma fortuna para o folião (leia-se, turista) curtir uma noite. Um desses é o Camarote Salvador, administrado pelo primo do prefeito, Luis Eduardo Magalhães Filho. Seria este um forte candidato para ocupar uma vaga no Campo Grande?
Ao invés de buscar democratizar o carnaval de Salvador, diminuindo o espaço dos camarotes e ampliando o número de trios sem cordas, o movimento proposto pela nova gestão da cidade é justamente o oposto. Aliás, de nova essa gestão não tem nada, já que durante quase todo governo do ex-prefeito João Henrique, o DEM, através do agora vereador Cláudio Tinoco, dirigiu a Saltur, órgão responsável pela organização da festa.
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