Na noite dessa quinta-feira, 25, uma jovem de identidade ainda não revelada passou mal dentro do ônibus onde estava. Por obra do destino, o ônibus parou em frente ao Campus Paralela da UNIJORGE e ela foi resgatada por estudantes que imaginavam poder contar, na Instituição, com atendimento de primeiros socorros. Estavam errados, e a despeito do heroico esforço feito por esses estudantes, por professores e funcionários, a jovem veio a óbito.
Em primeiro lugar, gostaria de manifestar as minhas condolências aos familiares e amigos pela perda.
Porém, tenho a convicção de que esse episódio não foi uma mera fatalidade, fruto do acaso. Há muito tempo a UNIJORGE vem sendo alertada quanto à falta de profissionais e equipamentos de primeiros socorros. Uma Instituição desse porte, onde circulam diariamente cerca de 20 mil pessoas, tem a obrigação de garantir aos que nela transitam os primeiros socorros em situações de emergência que, como sabemos, podem salvar vidas.
E também não foi por falta de aviso: já presenciamos inúmeros casos de funcionários, professores e especialmente estudantes, que precisaram desse tipo de atendimento e tiveram que contar com a sorte de uma ambulância do SAMU chegar rapidamente à Instituição (o que raramente ocorre). Em situações como essa, ficamos dependentes da disponibilidade de professores da própria UNIJORGE (como ocorreu nesse caso), ao invés de um profissional que deveria ser contratado exclusivamente para esta finalidade e contar com os equipamentos necessários à sua disposição.
Além disso, a instalação de um posto de primeiros socorros é uma antiga - e legítima - reivindicação dos estudantes, que apresentaram diversas vezes esse pleito à direção da Faculdade e alertaram para o risco que corriam. No dia 14 de agosto desse ano, por exemplo, estudantes do curso de Direito fizeram uma representativa assembleia geral e, dentre as reivindicações aprovadas e entregues à Reitoria, constava a instalação do dito posto. Na véspera dessa tragédia, estudantes da UNIJORGE fizeram uma manifestação na Praça de Alimentação do Prédio I para reclamar da falta de estrutura física e, novamente, pleitearam a instalação do posto de primeiros socorros. Ofícios foram entregues aos órgãos de direção com a referida solicitação, e nada.
Hoje, a direção da UNIJORGE paga o preço por ter ignorado as reivindicações estudantis.
Em nota (leia aqui), a Instituição chegou a afirmar que "rapidamente realizou os primeiros socorros". Não é o que afirmam dezenas de testemunhas do fato, que alegaram a demora para que um simples desfibrilador chegasse ao local do atendimento, feito - como dito - por professores da Instituição, e não por um profissional contratado para este fim e pronto para agir com a rapidez que as circunstâncias exigem. Diz ainda que "todos os procedimentos do plano de emergência da Instituição foram seguidos". Se isso for verdade, os estudantes, funcionários e professores da UNIJORGE têm motivos para ficarem preocupados.
Mais uma vez lamento o ocorrido, mas espero que o Centro Universitário Jorge Amado, que é uma das maiores Instituições de Ensino da Bahia, aprenda a lição e, em curto prazo, providencie a instalação de um posto de primeiros socorros.
Mais uma vez lamento o ocorrido, mas espero que o Centro Universitário Jorge Amado, que é uma das maiores Instituições de Ensino da Bahia, aprenda a lição e, em curto prazo, providencie a instalação de um posto de primeiros socorros.
*Caio Botelho é estudante de Direito da UNIJORGE.
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