Deu-se mal quem esperava uma postura pequena, mesquinha e subalterna. Jornalistas e acadêmicos de aluguel povoaram os canais de televisão e os jornais do oligopólio midiático. E a feitiço virou-se contra o feiticeiro. O recado da presidente Dilma Rousseff em Cuba não poderia ser mais claro no sentido de primeiro olharmos para o nosso próprio umbigo antes de jogar a primeira pedra.
Mais prudente verificar que existe sim, em território cubano, sevícias contra os “direitos humanos” na base de Guantânamo. Em outras palavras, “direitos humanos” são um assunto e compromisso de todos os países e não armas a serem usadas ideologicamente. "Direitos humanos" pressupõem ampla independência e soberania nacional. Do contrário, não existe possibilidade de proteção e ampliação de direitos básicos, dentre eles o direito ao desenvolvimento.
A diplomacia brasileira, com visão estratégica, seguiu passos concretos no sentido de ajudar o país-irmão a seguir adiante. A condenação ao bloqueio foi seguida pela assinatura de contratos: abertura de créditos de US$ 400 milhões para compra de alimentos; contratos estratégicos na área de biotecnologia e empenho de R$ 640 milhões no maior porto do Caribe. O porto de Mariel.
Além da postura de estadista e levar às últimas consequências a necessária presença brasileira na América Latina, outros pontos merecem destaque nesta visita de Dilma. A primeira, na consolidação de uma política externa independente e proativa, alavancada nos dois governos de Lula. O outro ponto, de caráter estratégico, está na efetivação de instrumentos cruciais de planejamento de nosso comércio externo via financiamento de importações e exportações com empréstimos de longo prazo a países de nosso entorno regional.
Parabéns ao Brasil. Parabéns à nossa independência. Independência esta cada vez mais a serviço de países irmãos. E Cuba é um caso especial neste sentido.
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