O ministro do Interior, Mohammad al-Shaar, disse, em coletiva de imprensa que despertou grande expectativa, que 8,3 milhões de pessoas compareceram às urnas, entre as 14 milhões que estavam habilitadas para votar. Isso representa uma participação de 57,4% no plebiscito.
Al-Shaar disse que o referendo ocorreu sem maiores problemas nas 14 províncias do país. Ele qualificou como boa a participação dos eleitores, considerando as ameaças e intimidações por parte de grupos armados em algumas áreas.
"A este ambiente hostil se soma a intensa campanha midiática de distorção e instigação (ao boicote) contra a Síria, com a qual se tentou impedir os cidadãos de exercerem o seu direito ao voto livre, com o objetivo de prejudicar o processo democrático, que se desenvolveu com toda a liberdade e transparência", relatou.
O parlamentar Akram Hower, deputado à Assembleia Nacional pela Hama, disse a Prensa Latina que os sírios tiveram a oportunidade de votar livremente sobre um projeto de Constituição elaborado para atender às demandas do povo.
Hower, membro do Partido Promessa Nacional, que está localizado na oposição interna, considerou o referendo constitucional como "um passo importante para melhorar a vida política, social e econômica do país".
O presidente al-Assad disse há dias que, se o referendo fosse aprovado seriam celebradas, então, as eleições legislativas, para escolher um nova Assembleia Nacional, em, no máximo 90 dias.
Acadêmicos e políticos da oposição interna e do governo concordam que estas eleições devem ocorrer na segunda quinzena de março.
O pleito vai viabilizar a formação de um governo de unidade nacional, previu Kadri Jamil, líder do Partido da Vontade Popular, um dos novos que se situam na oposição nacional.
Para Jamil, que foi um dos membros da comissão que elaborou o projeto de Constituição, a proposta irá fomentar o pluralismo político e a democracia na Síria em uma base equilibrada, na qual as várias forças podem participar no país.
A redação de uma nova Constituição era uma das principais demandas ao início do levante popular contra o regime em março passado. A minuta da Constituição abre as portas ao multipartidismo e limita o mandato do presidente a sete anos, renovável apenas por uma vez.
EUA
Os Estados Unidos afirmaram nesta segunda que rejeitam o referendo na Síria. Segundo Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, a consulta é de "absoluto cinismo".
Ela questionou como um processo de democratização poderia ser colocado em andamento "enquanto os tanques e as tropas do regime de Bashar al Assad continuam disparando contra a população civil".
"Em essência, o que se fez foi colocar no papel que ele controla, em uma votação que ele controla, com o objetivo de tentar manter o controle. Além disso, o referendo realizado é ridículo no sentido de que requer que o Estado aprove qualquer desses grupos patrióticos de oposição. Como consequência, vai escolher quem pode estar na oposição e quem não pode", afirmou Nuland.
Em contraposição às acusações dos EUA, Damasco denuncia a todo momento que enfrenta ações violentas de grupos terroristas, dirigidas contra as autoridades e a população, apresentadas no Ocidente como ataques das forças armadas sírias.
Um informe da missão observadora da Liga Árabe, inclusive, reconheceu que grupos armados têm atuado com violência contra instituições militares, a ordem pública, dependências estatais e a população civil.
Do Portal Vermelho, com agências
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