Por Caio Botelho
Em meio à grave crise política em curso, muitos se recordam de um dos erros mais graves cometidos pela coalizão que governa o país desde 2003, quando da posse de Lula na presidência: ter subestimado a importância da luta de ideias e da disputa por uma hegemonia ideológica na sociedade em torno de princípios distintos daqueles que vigoram. O resultado, como vemos, é o avanço do conservadorismo mesmo entre a imensa parcela da população que passou a gozar de melhores condições de vida por conta das políticas implementadas nesse período.
Não se constrói outro tipo de sociedade, portanto, sem a disputa da subjetividade. É um erro acreditar que a luta política se dá apenas no marco das formas “tradicionais” de organização, como, por exemplo, a frente eleitoral. Esse ensinamento está presente em todos os intelectuais progressistas e revolucionários dos dois últimos séculos, a começar pelo alemão Karl Marx. O problema é que parte da esquerda, embora reconheça esse pressuposto, não raras vezes o ignora.
São inúmeros os exemplos que podem ser dados sobre as diversas formas que se pode travar a disputa da subjetividade: a luta pela construção de um novo modelo de educação, que transforme as Escolas e Universidades de fábricas de mão de obra em polos de produção e compartilhamento de conhecimento, por exemplo. Ou através da elevação do nível cultural do povo, garantindo amplo acesso a teatros, bibliotecas, cinemas, etc., e com uma cultura cujo conteúdo esteja mais vinculado a valores progressistas.
SOLETRANDO A LIBERDADE!
Mais uma trincheira na luta de ideias...
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Quem paga mais imposto no Brasil?
Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:
Estratificação, em Sociologia, é o processo de diferenciação das diversas camadas sociais que compõem uma sociedade, agrupadas a partir de suas relações e dos valores culturais, o que vem a constituir sua separação em classes, estados ou castas. É também a operação que, em uma sondagem estatística, consiste em distribuir previamente por estratos determinado conjunto que se quer estudar.
Estratificação, em Sociologia, é o processo de diferenciação das diversas camadas sociais que compõem uma sociedade, agrupadas a partir de suas relações e dos valores culturais, o que vem a constituir sua separação em classes, estados ou castas. É também a operação que, em uma sondagem estatística, consiste em distribuir previamente por estratos determinado conjunto que se quer estudar.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
O ajuste fiscal e os sacrifícios
Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:
Logo em seguida ao anúncio dos resultados eleitorais de outubro do ano passado, a realidade das contas públicas em nosso país foi se tornando cada vez mais transparente. As dificuldades no equacionamento do desequilíbrio entre as receitas e as despesas no âmbito do governo federal vieram à tona e tornou-se imperioso um debate amplo a respeito dos vários caminhos existentes para enfrentar a questão. Ao contrário do que tenta nos impor a corrente da ortodoxia por meio dos meios de comunicação, sempre existem alternativas distintas para superar esse tipo de problema na economia.
Logo em seguida ao anúncio dos resultados eleitorais de outubro do ano passado, a realidade das contas públicas em nosso país foi se tornando cada vez mais transparente. As dificuldades no equacionamento do desequilíbrio entre as receitas e as despesas no âmbito do governo federal vieram à tona e tornou-se imperioso um debate amplo a respeito dos vários caminhos existentes para enfrentar a questão. Ao contrário do que tenta nos impor a corrente da ortodoxia por meio dos meios de comunicação, sempre existem alternativas distintas para superar esse tipo de problema na economia.
sábado, 10 de outubro de 2015
O pensamento vivo de Che Guevara
Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:
Em 1955, Ernesto Guevara encontrou-se com os revolucionários cubanos no México e em 9 de outubro de 1967 foi assassinado na Bolívia. Portanto, foram pouco mais de 10 anos de intensa militância revolucionária. Podemos dizer que ele foi, fundamentalmente, um homem de ação. Seus primeiros escritos buscaram sistematizar as experiências guerrilheiras em Cuba e generalizá-las para os outros países do Terceiro Mundo. No entanto, também, escreveu sobre economia, Estado, ideologia socialista e a construção do “novo homem”. Creio que estes últimos textos sejam os mais significativos e os que mais podem nos trazer ensinamentos para os dias atuais.
A guerra de guerrilhas
Os pontos positivos dos textos sobre a guerra de guerrilha são os que se referem: 1º ao papel necessário da luta revolucionária no processo de transformação social na América Latina no século XX, dominada por governos autoritários e ditatoriais; 2º à definição do inimigo principal dos povos, o imperialismo estadunidense; 3º à importância do internacionalismo, especialmente a solidariedade com os países dominados e agredidos por esse mesmo imperialismo.
Em 1955, Ernesto Guevara encontrou-se com os revolucionários cubanos no México e em 9 de outubro de 1967 foi assassinado na Bolívia. Portanto, foram pouco mais de 10 anos de intensa militância revolucionária. Podemos dizer que ele foi, fundamentalmente, um homem de ação. Seus primeiros escritos buscaram sistematizar as experiências guerrilheiras em Cuba e generalizá-las para os outros países do Terceiro Mundo. No entanto, também, escreveu sobre economia, Estado, ideologia socialista e a construção do “novo homem”. Creio que estes últimos textos sejam os mais significativos e os que mais podem nos trazer ensinamentos para os dias atuais.
A guerra de guerrilhas
Os pontos positivos dos textos sobre a guerra de guerrilha são os que se referem: 1º ao papel necessário da luta revolucionária no processo de transformação social na América Latina no século XX, dominada por governos autoritários e ditatoriais; 2º à definição do inimigo principal dos povos, o imperialismo estadunidense; 3º à importância do internacionalismo, especialmente a solidariedade com os países dominados e agredidos por esse mesmo imperialismo.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
"Os liberais não gostam do povo"
Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:
Na última semana, economistas ligados ao PSDB escancararam os interesses por trás da tentativa de interromper o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Para o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Marcio Pochmann, a agenda que os tucanos querem aplicar no Brasil, em caso de golpe, é antipovo e representa o desmonte do Estado brasileiro. “É o retorno a um país voltado para apenas dois quintos da população”, diz ao Vermelho.
Na última semana, economistas ligados ao PSDB escancararam os interesses por trás da tentativa de interromper o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Para o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Marcio Pochmann, a agenda que os tucanos querem aplicar no Brasil, em caso de golpe, é antipovo e representa o desmonte do Estado brasileiro. “É o retorno a um país voltado para apenas dois quintos da população”, diz ao Vermelho.
domingo, 4 de outubro de 2015
EUA e o 'apartheid sionista' de Israel
Do site Opera Mundi:
No último domingo (20/09), a Presidenta Dilma Rousseff notificou o governo de Israel sobre seu mal-estar em relação à possível nomeação de Dani Dayan como novo embaixador em Brasília. O designado vive num assentamento judaico na Cisjordânia, território que o Brasil reconhece como palestino, e foi dirigente da principal organização dos colonos israelenses.
Neste sentido, a nomeação de Dayan foi criticada por mais de 40 organizações brasileiras, além de deputados e setores moderados da sociedade israelense, pela forte resistência que o ex-dirigente dos colonos traria para a questão da criação do Estado Palestino, bandeira abertamente apoiada pelo Brasil. Breno Altman, jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi, falou com exclusividade àSputnik sobre o episódio, a posição do governo brasileiro diante da questão palestina e a influência do lobby sionista de Israel na política externa norte-americana.
A seguir, a entrevista na íntegra.
No último domingo (20/09), a Presidenta Dilma Rousseff notificou o governo de Israel sobre seu mal-estar em relação à possível nomeação de Dani Dayan como novo embaixador em Brasília. O designado vive num assentamento judaico na Cisjordânia, território que o Brasil reconhece como palestino, e foi dirigente da principal organização dos colonos israelenses.
Neste sentido, a nomeação de Dayan foi criticada por mais de 40 organizações brasileiras, além de deputados e setores moderados da sociedade israelense, pela forte resistência que o ex-dirigente dos colonos traria para a questão da criação do Estado Palestino, bandeira abertamente apoiada pelo Brasil. Breno Altman, jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi, falou com exclusividade àSputnik sobre o episódio, a posição do governo brasileiro diante da questão palestina e a influência do lobby sionista de Israel na política externa norte-americana.
A seguir, a entrevista na íntegra.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Uma democracia forte é laica
Por Ivanilda Figueiredo, no jornal Brasil de Fato:
Democracia não é o regime político no qual a maioria impõe as diversas minorias suas decisões. Democracia não se faz apenas nos votos. Democracia necessita antes de tudo de garantia de direitos. É preciso um ambiente onde cada indivíduo, independente de suas características e de pertencer, ou não, à maioria tenha direitos assegurados e que não possam ser arbitrariamente usurpados.
Por isso, é característico dos ambientes democráticos que as maiorias sejam ocasionais. Quantos direitos hoje consolidados já não foram rejeitados pela maioria? As convicções humanas são sujeitas à irascível atuação do tempo.
Democracia não é o regime político no qual a maioria impõe as diversas minorias suas decisões. Democracia não se faz apenas nos votos. Democracia necessita antes de tudo de garantia de direitos. É preciso um ambiente onde cada indivíduo, independente de suas características e de pertencer, ou não, à maioria tenha direitos assegurados e que não possam ser arbitrariamente usurpados.
Por isso, é característico dos ambientes democráticos que as maiorias sejam ocasionais. Quantos direitos hoje consolidados já não foram rejeitados pela maioria? As convicções humanas são sujeitas à irascível atuação do tempo.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Golpe, recessão e as possibilidades
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:
A negociação de um novo ministério em que o PMDB passa a deter fatias consideráveis do orçamento e do poder - imediatamente, não na arriscada perspectiva de um golpe - deixou o conservadorismo entre estupefato e irritadiço.
A negociação de um novo ministério em que o PMDB passa a deter fatias consideráveis do orçamento e do poder - imediatamente, não na arriscada perspectiva de um golpe - deixou o conservadorismo entre estupefato e irritadiço.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Argentina e Uruguai irritam donos da mídia
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
Motivo de insônia para os barões da mídia no continente, as leis aprovadas na Argentina e no Uruguai para regular a radiodifusão – comumente referidas como ‘Ley de Medios’ – foram discutidas e esmiuçadas por Nestor Busso, do Conselho Federal de Comunicações da Argentina, e Sergio de Cola, do Conselho de Telecomunicações do Uruguai. O debate, ocorrido neste sábado (19), em São Paulo, integrou a programação do Seminário Internacional Mídia e Democracia nas Américas.
Motivo de insônia para os barões da mídia no continente, as leis aprovadas na Argentina e no Uruguai para regular a radiodifusão – comumente referidas como ‘Ley de Medios’ – foram discutidas e esmiuçadas por Nestor Busso, do Conselho Federal de Comunicações da Argentina, e Sergio de Cola, do Conselho de Telecomunicações do Uruguai. O debate, ocorrido neste sábado (19), em São Paulo, integrou a programação do Seminário Internacional Mídia e Democracia nas Américas.
terça-feira, 22 de setembro de 2015
Direita apresenta seu programa de horrores
Editorial do Portal Vermelho:
Arrocho salarial, ataques contra o funcionalismo público, aposentadoria aos 65 anos de idade, privatizações, “estado mínimo” – a direita perde o acanhamento e volta a defender seu programa nefasto para o país!
Nas últimas eleições, desde a vitória de Luíz Inácio Lula da Silva e das forças populares, democráticas e patrióticas em 2002, o PSDB e a direita não tiveram nem a coragem, nem a honestidade, de apresentar claramente o programa de horrores que defendem.
Arrocho salarial, ataques contra o funcionalismo público, aposentadoria aos 65 anos de idade, privatizações, “estado mínimo” – a direita perde o acanhamento e volta a defender seu programa nefasto para o país!
Nas últimas eleições, desde a vitória de Luíz Inácio Lula da Silva e das forças populares, democráticas e patrióticas em 2002, o PSDB e a direita não tiveram nem a coragem, nem a honestidade, de apresentar claramente o programa de horrores que defendem.
sábado, 19 de setembro de 2015
As razões da crise presente
Por Emir Sader, no site Carta Maior:
Na crise atual se cruzam razões de fundo, herdadas dos governos neoliberais, e questões que os governos do PT não souberam superar e que agora os afetam de maneira profunda.
Entre as razões estruturais estão a desindustrialização promovida pela abertura escancarada do mercado interno feita pelos governos Collor e FHC, que além de enfraquecer o poderio industrial do pais, gerou a dependência da exportação de produtos primários. Por outro lado, paralelamente, não se alterou o papel hegemônico do capital financeiro, que reproduz a especulação como fenômeno central no processo de acumulação de capital.
Na crise atual se cruzam razões de fundo, herdadas dos governos neoliberais, e questões que os governos do PT não souberam superar e que agora os afetam de maneira profunda.
Entre as razões estruturais estão a desindustrialização promovida pela abertura escancarada do mercado interno feita pelos governos Collor e FHC, que além de enfraquecer o poderio industrial do pais, gerou a dependência da exportação de produtos primários. Por outro lado, paralelamente, não se alterou o papel hegemônico do capital financeiro, que reproduz a especulação como fenômeno central no processo de acumulação de capital.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Basta cobrar impostos de quem sonega
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Existe uma fórmula bem simples e barata, que não é mágica nem utópica, para aumentar a arrecadação do governo sem precisar criar novos nem aumentar velhos impostos: basta cobrar os sonegadores. Por que não é adotada como prioridade absoluta pela equipe econômica nesta situação de emergência permanente para acertar as contas públicas?
Existe uma fórmula bem simples e barata, que não é mágica nem utópica, para aumentar a arrecadação do governo sem precisar criar novos nem aumentar velhos impostos: basta cobrar os sonegadores. Por que não é adotada como prioridade absoluta pela equipe econômica nesta situação de emergência permanente para acertar as contas públicas?
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Ultimato a Dilma é golpismo oficializado
Por Renato Rabelo, em seu blog:
O presidencialismo é o sistema de governo afirmado e reafirmado na história recente do Brasil em dois plebiscitos. Mas a trajetória desse processo representativo na nossa história republicana é vincada muitas vezes pela incerteza e pelo abortamento do estabelecido constitucionalmente.
Na redemocratização pós-regime ditatorial de 1964, a origem e sentido dessa disputa política e classista para alcance da presidência da República não muda.
A tentativa de vitória das novas forças políticas, já ensaiada em 1989 - quando a maioria dos setores dominantes conservadores se juntou para barrar a vitória de Lula no segundo turno –, só foi possível alcançar 13 anos depois, em 2002.
O presidencialismo é o sistema de governo afirmado e reafirmado na história recente do Brasil em dois plebiscitos. Mas a trajetória desse processo representativo na nossa história republicana é vincada muitas vezes pela incerteza e pelo abortamento do estabelecido constitucionalmente.
Na redemocratização pós-regime ditatorial de 1964, a origem e sentido dessa disputa política e classista para alcance da presidência da República não muda.
A tentativa de vitória das novas forças políticas, já ensaiada em 1989 - quando a maioria dos setores dominantes conservadores se juntou para barrar a vitória de Lula no segundo turno –, só foi possível alcançar 13 anos depois, em 2002.
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
A crise econômica não é brasileira
Editorial do Portal Vermelho
Uma das principais cantilenas da oposição e da mídia monopolista é a de que a crise econômica brasileira é um exceção. Segundo essa ideia, o pior do tombo de 2008 já teria passado e o mundo estaria vivendo os primeiros passos de uma recuperação. O Brasil não desfrutaria das benesses dessa retomada por conta dos supostos erros do governo Dilma, que ao invés de adotar os preceitos impostos pelo grande capital financeiro, teria tentado uma aventura desenvolvimentista. A crise econômica que vivemos seria, portanto, nacional.
Uma das principais cantilenas da oposição e da mídia monopolista é a de que a crise econômica brasileira é um exceção. Segundo essa ideia, o pior do tombo de 2008 já teria passado e o mundo estaria vivendo os primeiros passos de uma recuperação. O Brasil não desfrutaria das benesses dessa retomada por conta dos supostos erros do governo Dilma, que ao invés de adotar os preceitos impostos pelo grande capital financeiro, teria tentado uma aventura desenvolvimentista. A crise econômica que vivemos seria, portanto, nacional.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
Europa colhe o que plantou
Por Frei Betto, no jornal Brasil de Fato:
Todos acompanhamos, pela mídia, o fluxo migratório, rumo à Europa Ocidental, de africanos e árabes de países em conflito, como Síria, Iraque, Eritreia e Líbia. Em 2015, 332 mil imigrantes indocumentados já aportaram no Velho Continente. As águas do Mediterrâneo sepultaram, de janeiro a agosto deste ano, 2.500 fugitivos da miséria e da violência, em busca de um pouco de pão e paz. Em 2014, 3.500.
Todos acompanhamos, pela mídia, o fluxo migratório, rumo à Europa Ocidental, de africanos e árabes de países em conflito, como Síria, Iraque, Eritreia e Líbia. Em 2015, 332 mil imigrantes indocumentados já aportaram no Velho Continente. As águas do Mediterrâneo sepultaram, de janeiro a agosto deste ano, 2.500 fugitivos da miséria e da violência, em busca de um pouco de pão e paz. Em 2014, 3.500.
sábado, 5 de setembro de 2015
Crise mundial e consequências no Brasil
Editorial do Portal Vermelho:
Alguns analistas de economia, sempre propensos a confundir desejo e realidade, andaram alardeando a tese de que a crise econômica havia se afastado definitivamente. Mercadejavam suas ilusões baseados em pequenas taxas de crescimento verificadas em alguns países do capitalismo central. Essa recuperação seria o primeiro indício de que, tomado o remédio amargo, os benefícios dos ajustes já se faziam sentir.
Alguns analistas de economia, sempre propensos a confundir desejo e realidade, andaram alardeando a tese de que a crise econômica havia se afastado definitivamente. Mercadejavam suas ilusões baseados em pequenas taxas de crescimento verificadas em alguns países do capitalismo central. Essa recuperação seria o primeiro indício de que, tomado o remédio amargo, os benefícios dos ajustes já se faziam sentir.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
PT saberá responder à mensagem das ruas?
Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:
Em artigo no site Carta Maior (agosto de 2015), Emir Sader, analista atento e com muitos anos de janela, faz uma pergunta: “Por que a direita saiu do armário?” Emir afirma que “o que há de novo é a consolidação de um setor de extrema direita na classe média”. E em parte concorda que pelo menos um setor da classe média assume teses fascistas, aberta e agressivamente.
Sua explicação é que “os governos do PT não amaciaram a luta de classes, mas a acirraram”. O “sair do armário” seria resultado dessa “perda de espaço”. Mais precisamente,“o PT é responsável pela saída da direita – e da ultradireita – do armário, porque afetou profundamente os seus interesses”.
Em artigo no site Carta Maior (agosto de 2015), Emir Sader, analista atento e com muitos anos de janela, faz uma pergunta: “Por que a direita saiu do armário?” Emir afirma que “o que há de novo é a consolidação de um setor de extrema direita na classe média”. E em parte concorda que pelo menos um setor da classe média assume teses fascistas, aberta e agressivamente.
Sua explicação é que “os governos do PT não amaciaram a luta de classes, mas a acirraram”. O “sair do armário” seria resultado dessa “perda de espaço”. Mais precisamente,“o PT é responsável pela saída da direita – e da ultradireita – do armário, porque afetou profundamente os seus interesses”.
domingo, 30 de agosto de 2015
Crise na China e os rumos do Brasil
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Se o governo Dilma Rousseff não enfrentasse uma situação de defensiva absoluta, procurando encontrar oxigênio de qualquer maneira, seria mais fácil refazer um debate político essencial para os rumos do Brasil e o futuro dos brasileiros.
O colapso de US$ 3 trilhões de dólares, até agora, produzido pelas bolsas da China, poderia servir de um estímulo poderoso para passar a limpo um conjunto de lendas e mitos que circulam pelo país desde a posse de Dilma e o anúncio do ajuste econômico. Gostaria de acreditar que isso é verdade.
Se o governo Dilma Rousseff não enfrentasse uma situação de defensiva absoluta, procurando encontrar oxigênio de qualquer maneira, seria mais fácil refazer um debate político essencial para os rumos do Brasil e o futuro dos brasileiros.
O colapso de US$ 3 trilhões de dólares, até agora, produzido pelas bolsas da China, poderia servir de um estímulo poderoso para passar a limpo um conjunto de lendas e mitos que circulam pelo país desde a posse de Dilma e o anúncio do ajuste econômico. Gostaria de acreditar que isso é verdade.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Nós não vamos invadir sua praia
Por Jandira Feghali, no Jornal do Brasil:
O pensamento de que as praias são o espaço mais democrático de qualquer cidade cai por terra a cada investida da visão preconceituosa e militarizada do Estado. Numa ação recente no Rio de Janeiro de espírito segregador, jovens negros e pobres foram retirados à força de um ônibus que partia em direção a uma praia da Zona Sul. Mais um ato patrocinado pelo Governo do Rio que nos enche de vergonha e revolta.
O pensamento de que as praias são o espaço mais democrático de qualquer cidade cai por terra a cada investida da visão preconceituosa e militarizada do Estado. Numa ação recente no Rio de Janeiro de espírito segregador, jovens negros e pobres foram retirados à força de um ônibus que partia em direção a uma praia da Zona Sul. Mais um ato patrocinado pelo Governo do Rio que nos enche de vergonha e revolta.
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Ataques a Lula atingem a democracia
Editorial do Portal Vermelho:
Sob a manchete “Muitos Lulas” o jornal Movimento descreveu, em 14 de maio de 1979, a pronta reação dos trabalhadores em greve, em São Bernardo do Campo, à prisão do então sindicalista Luíz Inácio da Silva.
Isso ocorreu há 36 anos e os trabalhadores, que exigiam melhores salários, lutavam contra da ditadura militar e o arbítrio policial.
Aquele foi um episódio de grande visibilidade da luta de classes que se desenvolvia. E o preso pela repressão ia além da figura do líder sindical importante em que Lula se transformara. Ele era também a imagem da exigência de transformação que pulsava na mente dos trabalhadores e do povo, sentimento que aquela manchete foi feliz em traduzir.
Sob a manchete “Muitos Lulas” o jornal Movimento descreveu, em 14 de maio de 1979, a pronta reação dos trabalhadores em greve, em São Bernardo do Campo, à prisão do então sindicalista Luíz Inácio da Silva.
Isso ocorreu há 36 anos e os trabalhadores, que exigiam melhores salários, lutavam contra da ditadura militar e o arbítrio policial.
Aquele foi um episódio de grande visibilidade da luta de classes que se desenvolvia. E o preso pela repressão ia além da figura do líder sindical importante em que Lula se transformara. Ele era também a imagem da exigência de transformação que pulsava na mente dos trabalhadores e do povo, sentimento que aquela manchete foi feliz em traduzir.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Movimentos sociais: "saída pela esquerda"
Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:
Movimentos sociais e centrais sindicais esperam levar milhares de pessoas às ruas em todo o país nesta quinta-feira (20) com a proposta de construção de uma agenda popular em contraposição à Agenda Brasil e ao ajuste fiscal. As organizações defendem que os trabalhadores não podem pagar pela crise e cobram reformas estruturais. As informações foram dadas em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (17), em São Paulo.
Movimentos sociais e centrais sindicais esperam levar milhares de pessoas às ruas em todo o país nesta quinta-feira (20) com a proposta de construção de uma agenda popular em contraposição à Agenda Brasil e ao ajuste fiscal. As organizações defendem que os trabalhadores não podem pagar pela crise e cobram reformas estruturais. As informações foram dadas em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (17), em São Paulo.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
PCdoB: Defender a democracia, superar a crise e retomar o crescimento
Os membros do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), reunidos entre sexta-feira (14) e domingo (16), na capital paulista, debateram a quadra política do país e fizeram uma análise das linhas de construção partidária. Em sua resolução, o PCdoB destaca a superação da crise política e econômica para a retomada do crescimento e avanço das conquistas sociais. Do mesmo modo, os comunistas ressaltaram que a intenta antidemocrática e golpista pode e deve ser derrotada.
Segue abaixo a íntegra da resolução aprovada na 6ª reunião do Comitê Central:
Não ao golpe! Superar a crise com a defesa da democracia e a retomada do crescimento
A situação do país prossegue grave. A democracia, reconquistada à custa de muita luta e muitas vidas, corre riscos. Golpistas tramam abertamente derrubar a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita. A economia nacional, engolfada pela crise mundial do capitalismo, sem saída e sem fim à vista, atravessa um difícil período de recessão.
Segue abaixo a íntegra da resolução aprovada na 6ª reunião do Comitê Central:
Não ao golpe! Superar a crise com a defesa da democracia e a retomada do crescimento
A situação do país prossegue grave. A democracia, reconquistada à custa de muita luta e muitas vidas, corre riscos. Golpistas tramam abertamente derrubar a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita. A economia nacional, engolfada pela crise mundial do capitalismo, sem saída e sem fim à vista, atravessa um difícil período de recessão.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Stieglitz: EUA são um obstáculo à igualdade na economia global
Da Agência Sputnik
Países desenvolvidos liderados pelos EUA fazem todo o possível para evitar que países em desenvolvimento formem uma nova arquitetura econômica global eficaz para todos, inclusive para os pobres, considera Joseph Stiglitz, laureado com o Nobel em economia.
Segundo o especialista, quando os Estados Unidos tentaram pôr obstáculos ao desenvolvimento do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), a administração de Barack Obama sofreu uma grande derrota.
O economista faz notar que o mundo se alterou muito desde o início do século: na altura dominavam os membros da G7, mas agora a maior economia é a China.
De acordo com Joseph Stiglitz, os Estados Unidos não apoiam os países em desenvolvimento: “Embora o país prometesse dar pelo menos 0,7% do seu PIB à assistência ao desenvolvimento, o Estado só destina 0,19%”.
Países desenvolvidos liderados pelos EUA fazem todo o possível para evitar que países em desenvolvimento formem uma nova arquitetura econômica global eficaz para todos, inclusive para os pobres, considera Joseph Stiglitz, laureado com o Nobel em economia.
Segundo o especialista, quando os Estados Unidos tentaram pôr obstáculos ao desenvolvimento do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), a administração de Barack Obama sofreu uma grande derrota.
O economista faz notar que o mundo se alterou muito desde o início do século: na altura dominavam os membros da G7, mas agora a maior economia é a China.
De acordo com Joseph Stiglitz, os Estados Unidos não apoiam os países em desenvolvimento: “Embora o país prometesse dar pelo menos 0,7% do seu PIB à assistência ao desenvolvimento, o Estado só destina 0,19%”.
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Reação ao golpismo virá da militância
Por Raimundo Bonfim e Julian Rodrigues, no blog Viomundo:
O quadro político se agrava muito rapidamente. A escalada conservadora se acelera, alimentando o ódio e a intolerância, fechando o cerco sobre o governo Dilma e intensificando o movimento para aniquilar o PT – e toda a esquerda brasileira.
Está em jogo não somente a continuidade do governo Dilma, mas o projeto democrático e progressista, duramente construído por milhares de militantes desde o fim da ditadura militar.
A crise econômica foi aprofundada pela política econômica comandada por Joaquim Levy.
O quadro político se agrava muito rapidamente. A escalada conservadora se acelera, alimentando o ódio e a intolerância, fechando o cerco sobre o governo Dilma e intensificando o movimento para aniquilar o PT – e toda a esquerda brasileira.
Está em jogo não somente a continuidade do governo Dilma, mas o projeto democrático e progressista, duramente construído por milhares de militantes desde o fim da ditadura militar.
A crise econômica foi aprofundada pela política econômica comandada por Joaquim Levy.
sábado, 8 de agosto de 2015
A 'exceção' que se torna regra
Por Tarso Genro, no site Carta Maior:
O tema da “exceção” tem voltado, nas últimas décadas, de forma recorrente ao vocabulário jurídico e na teoria política, face a um fenômeno mundial, que é o centro da desestabilização das experiências democráticas mais recentes: as reformas “liberais” ou neoliberais - como se diz de forma ligeira - não podem ser aplicadas sem a suspensão da ordem jurídica democrática, que consagrou os direitos fundamentais e tornou, alguns deles, elementos da vida comum.
O estado gerado por decisões de “exceção” do poder político, não é uma situação “de fato”, nem uma “situação de direito”, mas é a instituição de uma relação diferente entre as duas situações. A sua propriedade mais contundente não é anular toda a ordem jurídica e política, mas mais propriamente definir espaços em que a legalidade plena pode vingar, segregando outros espaços onde ela deixa de incidir, como diz, com outras palavras, Giorgio Agambem.
O tema da “exceção” tem voltado, nas últimas décadas, de forma recorrente ao vocabulário jurídico e na teoria política, face a um fenômeno mundial, que é o centro da desestabilização das experiências democráticas mais recentes: as reformas “liberais” ou neoliberais - como se diz de forma ligeira - não podem ser aplicadas sem a suspensão da ordem jurídica democrática, que consagrou os direitos fundamentais e tornou, alguns deles, elementos da vida comum.
O estado gerado por decisões de “exceção” do poder político, não é uma situação “de fato”, nem uma “situação de direito”, mas é a instituição de uma relação diferente entre as duas situações. A sua propriedade mais contundente não é anular toda a ordem jurídica e política, mas mais propriamente definir espaços em que a legalidade plena pode vingar, segregando outros espaços onde ela deixa de incidir, como diz, com outras palavras, Giorgio Agambem.
Assinar:
Postagens (Atom)