sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Último ditador argentino condenado a mais 15 anos de prisão

Reynaldo Bignone, último presidente da ditadura argentina, foi condenado a mais 15 anos de prisão. No ano passado, a Justiça já havia condenado Bignone a 25 anos de prisão pelos crimes cometidos em Campo de Maio, onde foi comandante. Em 14 de abril deste ano, Bignone recebeu prisão perpétua. Agora, sofreu nova condenação por ações praticadas no Hospital Posada, onde funcionava o centro clandestino de detença e tortura, "El Chalet".

O Tribunal Oral Federal 2, a cargo dos juízes Pablo Daniel Bertuzzi, Rodrigo Giménez Uriburu e Jorge Luciano Gorini, decidiu que o repressor Reynaldo Bignone, que – por seu papel no Ministério da Ação Social – decidiu no dia do golpe a intervenção do Hospital Posadas, onde funcionava o centro clandestino “El Chalet”, deverá cumprir pela por privação ilegal de liberdade e tormentos contra 21 pessoas durante a última ditadura militar. 

Além disso, o tribunal condenou a oito anos o ex-chefe da Brigada Aérea de El Palomar, Hipólito Rafael Mariani, e a13 anos o suposto integrante do grupo “Swat”, Luis Muiña, pelos mesmos delitos de lesa humanidade atribuídos a Bignone.

No dia 20 de abril de 2010, o Tribunal Oral Federal 1, de San Martín, condenou Bignone a 25 anos de prisão pelos crimes cometidos no Campo de Maior, onde foi comandante de Institutos Militares. No dia 14 de abril deste ano, o mesmo tribunal condenou-o a prisão perpétua, junto com o ex-comissário Luis Patti.

Durante sua gestão, o último presidente da ditadura militar, no cargo de 1° de julho de 1982 até 10 de dezembro de 1983, determinou por decreto a destruição de documentos sobre a repressão ilegal e ditou a lei da auto-anistia pela qual se perdoavam os crimes perpretados pelos militares.

O centro clandestino “El Chalet” funcionou no Hospital Posadas, que era controlado por um grupo chamado “Swat”, ligado à Força Aérea. O lugar sofreu uma intervenção, com tanques e helicópteros, no dia 28 de março de 1976, quatro dias depois do golpe de Estado, por um comando encabeçado por Bignone, então delegado da Junta Militar na área de Bem-Estar Social. 

Do Jornal Página 12 com tradução de Katarina Peixoto

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