segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Governo, FIFA e CBF: unidos pelo êxito da Copa no Brasil

Para quem queria saber o real motivo da entrevista coletiva realizada no ministério do Esporte, com a presença de Ronaldo Nazário, Aldo Rebelo e Jérôme Valcke, coube ao próprio Ronaldo ir logo explicando. “Estamos aqui para mostrar que governo, FIFA e o Comitê Organizador Local estão absolutamente unidos num só objetivo, que é fazer a melhor Copa do Mundo de todos os tempos”.



A entrevista aconteceu nesta segunda-feira (16) e antecedeu uma viagem que membros da FIFA e do COL fazem para visitarem as obras nos estádios de Fortaleza e Salvador. “Começa hoje uma agenda positiva para a Copa do Mundo”, resumiu Ronaldo. 

O ex-jogador avisou que o seu principal papel à frente do COL é fazer o povo brasileiro acreditar que pode fazer uma grande Copa. “Sou otimista porque sou brasileiro e não me lembro do Brasil ter fracassado em situações como essa. Vamos mostrar que além de bom de bola, o brasileiro é bom em organização de eventos”. 

Novos tempos
Realmente, parece que o ano novo trouxe um novo momento para a realização da Copa no Brasil, depois de muitas turbulências. No último período, houve a mudança no ministério do Esporte, saindo Orlando Silva e entrando Aldo Rebelo e também no cargo de coordenador do COL, saindo Ricardo Teixeira e entrando Ronaldo Nazário. Além disso, foi um período de grandes embates entre a FIFA e a CBF. 

Sem contar as muitas polêmicas na discussão da Lei Geral da Copa, que após a elaboração do relatório feito por uma Comissão Especial da Câmara, deve ser votado no início do ano legislativo no Parlamento brasileiro. 

O secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, repetiu as palavras de Ronaldo, “temos que manter uma coisa em mente, a FIFA, o COL e o governo estão juntos e com um mesmo objetivo, realizar um grande evento. Não há nada de errado entre estes três atores e percebemos isso quando nos falamos diretamente, sem usar a mídia”. 

Mudança no ministério

O ministro Aldo Rebelo afirmou que é uma determinação da presidente Dilma Rousseff e do ministério promover todo o esforço necessário para que o Brasil realize uma Copa além das expectativas do Brasil e do mundo. 

“Nossa responsabilidade é mais ampla pelo que representa o futebol para o nosso país, para a construção da nossa identidade. O futebol é uma porta aberta em um país com tantas desigualdades. Significa uma oportunidade para jovens pobres, como o exemplo que está aqui do nosso lado, Ronaldo”, analisou Aldo. 

O ministro aproveitou a oportunidade para apresentar o novo secretário-executivo do ministério, Luis Fernandes, que será o responsável pela organização da Copa dentro do governo. “Como o ex-secretário de futebol, Alcino Reis, pediu para se afastar do ministério, eu transferi para a secretaria-executiva a responsabilidade da organização da Copa do Mundo”. 

Lei Geral da Copa
O secretário geral da FIFA afirmou que a preocupação do momento para a entidade é ver aprovada com a maior rapidez a Lei Geral da Copa. Ele se disse otimista com o alcançado até aqui na discussão, e que está expresso no relatório final apresentado na comissão da Câmara. Mesmo assim, entrou nas polêmicas que ainda persistem e defendeu os interesses da FIFA nos temas. 

Apresentou a sua opinião sobre o debate da responsabilidade da segurança no mundial, principalmente no que diz respeito a desastres naturais. “Em primeiro lugar o que é segurança? Desastres naturais não podem ser de responsabilidade da FIFA, é do Estado. Segurança sempre foi uma responsabilidade do Estado e vamos continuar defendendo isso”. 

Outra polêmica que Jérôme Valcke abordou diz respeito a venda de ingressos para o mundial. Ele disse que não basta discutir as categorias e os devidos preços, mas uma política de acessibilidade para garantir que cada público possa realmente participar do evento. Ele comparou a discussão que se arrasta sobre a Lei Geral da Copa a um parto, mas disse que o bebê já está quase nascendo. 

De Brasília, 
Kerison Lopes

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