A despedida ao guerreiro José Caires

Muitas homenagens marcaram a despedida de Dr. José Caires, desde a tarde deste sábado (7), quando o presidente do Sindimed, médico e militante na luta em defesa da categoria e de uma saúde pública de qualidade, faleceu vítima de infarto fulminante. Diretores do Sindimed, representantes do Cremeb, ABM, sindicalistas, militantes do PCdoB - partido ao qual ele era filiado -, amigos, colegas de trabalho e admiradores estiveram a todo tempo juntos com a família, prestando solidariedade e compartilhando a tristeza, por ter perdido uma figura importante para a sociedade baiana e um grande amigo.

Entre eles, estava o vice-presidente do Sindimed, que agora passa a assumir a gestão, Francisco Magalhães, que falou sobre o companheiro de muitas lutas e amigo há 30 anos. "Caires tinha uma postura de tentar agregar e ampliar cada vez mais força à luta em defesa da nossa categoria. Toda semana ele passava nas bases, que era como ele chamava os hospitais.", relembra Magalhães. Sobre o trabalho que pretende construir, agora como presidente do sindicato, Dr. Francisco diz que a tarefa será ainda maior: "Nós da diretoria temos consciência de que o nosso trabalho aumenta, porque teremos que seguir com a luta, sem ele. Perdemos o nosso comandante, mas a luta continua", diz, emocionado.
 
Carreata e oração homenagearam o líder sindical

Às 11h, todos saíram em carreata, da sede do Sindimed, acompanhando o carro que fazia o translado do corpo de Dr. Caires, do Sindimed para o Cemitério Jardim da Saudade. Na frente da sede do Cremeb, junto com familiares e amigos do médico, todos deram uma volta no carro, com as mãos dadas. Unidos, fizeram uma oração de despedida e o presidente do Conselho, José Abelardo, proferiu algumas palavras. Momentos antes, a mesma homenagem foi realizada na frente da sede da ABM, onde todos deram as mãos e oraram.

O presidente da ABM, Antonio Carlos Vieira Lopes, ressaltou a importância de Caires para o movimento médico, o descrevendo como um líder extraordinário: "Caires sabia fazer sindicalismo como ninguém. Combativo e sóbrio nas discussões, ele com certeza fará muita falta. Desejo que ele vá em paz, sabendo que a luta continua".

O zelo à família e a paixão pela cultura também foram características do médico, lembradas pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB). "Caires deixa um exemplo de luta e dedicação a causa socialista, além de nos mostrar a importância da família e da poesia para a vida de todo ser humano. Deixa uma lacuna que nunca será preenchida”.

O presidente e a vice do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte, Dr. Geraldo Ferreira e Dra. Mônica Andrade, foram prestar as últimas homenagens, e compareceram ao sepultamento. “Nós viemos nos despedir de Caires, que foi um companheiro. Agradecemos por tudo que ele realizou de bom para a classe médica. Ele era uma pessoa inquieta, que lutava sem medir esforços por melhores salários e condições de trabalho, e se preocupava com a população, que sofre com uma saúde pública precária”.
 
A deputada federal Alice Portugal, o deputado estadual Zé Neto, o professor Nelson Barros, o ex-presidente do Sindimed, José Alberto Hermógenes, o representante do Conselho Federal de Medicina, Jessé Brandão, o Superintendente de Atendimento à Saúde e ex-presidente do sindicato, Alfredo Boa Sorte, e militantes do PCdoB, como Carlos Valadares, Julieta Palmeira, entre outros amigos e companheiros de Caires, que o acompanharam durante a sua caminhada desde o movimento estudantil, na Faculdade Bahiana de Medicina, também estiveram presentes no velório e sepultamento.
 
Última homenagem e despedida

Às 17h, os colegas que lotavam a capela onde estava sendo velado o corpo de Dr. Caires, estenderam as bandeiras do Sindimed, ABM, Cremeb, PcdoB e colocaram sobre o caixão. O corpo foi sepultado ao som de “Ave Maria”, de Shubert, da bela canção popular “Chuá, chuá”, de “Segredo da Luz”, canção de Raul Seixas, um dos cantores preferidos do médico, e sob muitos discursos emocionados dos representantes das entidades médicas, do PcdoB, e da sua esposa Inalba Fontenelle. Ao final, todos fizeram a saudação tradicional do Partido, expressando o respeito pelo militante que se foi prematuramente, aos 52 anos, e, em coro, falaram: “José Caires. Presente!”

Valeu, Caires!

Fonte: site do Sindimed-BA